segunda-feira, 25 de julho de 2011

Mortos de Oslo influenciam comércio de rosas

O Brasil e o mundo que o rodeia testemunhou hoje um ato de sincronia incrível entre seres de mesma espécie. Milhares de pessoas brancas e louras atrapalharam o trânsito da cidade de Oslo portando rosas alvas, rubras e/ou cor de salmão. Superando a surpreendente marca de 150 mil, o bando largou o trabalho em plena segunda-feira e rumou, com seus olhos azuis e bochechas rosadas encharcados de lágrimas, em direção ao coração da capital da Noruega. Apelidado curiosamente de "marcha das rosas", o ato foi uma reação instantânea de mais de 48 horas a dois atentados terroristas ocorridos na última sexta-feira.

Você não sabe? Um rapaz que teve seus livros roubados por uma gangue de coreanos em Cruzeiro pela Grécia, Anders Behring Breivik, é o principal suspeito pela explosão em um prédio do governo no centro de Oslo e uma rajada de tiros num centro de juventude do Partido Trabalhista, na Ilha de Uoeya, localizada a noroeste da capital.

A ação teria levado a óbito 90 pessoas em um primeiro momento. No segundo, que é quando as autoridades param para contar os corpos, 14 pessoas se descobriram vivas, mesmo com nome em listas nada cobiçadas - nenhum coreano foi registrado.

Tá! Eu já sabia. E daí? A manifestação espontânea, combinada pelas redes sociais mais populares, ceifou de seus caules mais de 200 mil rosas. Exemplares modernos de um melhoramento genético iniciado paralelo ao surgimento da agricultura foram sacudidos, despetalados e murchos em mãos vacilantes.

Imagens divulgadas por agências internacionais - e que você não verá neste post - mostram centenas de flores esmagadas em asfalto duro, em claro sinal de descaso da raça humana. Nem diante de tamanha pressão foi registrado até o momento qualquer ato terrorista por parte dos sensíveis vegetais - somente algumas perfurações decorrentes do descuido de manifestantes iniciantes na lida de flores e/ou típicos dramáticos inconsequentes com sede de auto-mutilação.

Quem sorriu ao movimento, mesmo sentindo um remorso por tal recaída, foram os floricultores. Só nesta segunda-feira a floricultura Roses Huset superou o previsto para o próximo trimestre. Alta de quase 600% em relação ao mesmo período do ano passado. "Não há o que reclamar", comemora o proprietário Ingerose Aabaa.

A Associação Norueguesa de Floricultores estima que até a missa de sétimo dia cerca de sete caminhões de rosas sejam despejadas em túmulos, lugares públicos, escolas e sedes do Partido dos Trabalhadores. Sobre o impacto no preço deste artigo, o economista Ingermoney Sucks calcula que a alta procura deva abaixar o valor pela metade nos próximos dias. Nada que desanime dezenas de vendedores ambulantes de flores. Segundo Sucks, representantes deste setor devem ascender uma classe social em menos de um mês, a exemplo do que acontece em nosso país (vide qualquer militante do PT).

Apesar das especulações em relação as mudanças no mercado de flores, sobretudo rosas, especialistas vislumbram um efeito direto na economia da Grécia. Consequência que só poderá ser avaliada com mais precisão após a recontagem dos corpos. Ou seria das flores?

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