Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (26), o cineasta catarinense Roberto Carminati anunciou seu próxmio longa-metragem: Assalto ao fundo cultural. O filme irá abordar um dos maiores golpes brasileiros, o calote que o ator e pseudo-diretor Guilherme Fontes aplicou no Ministério da Cultura na década de 90. Carminati afirmou que o sucesso do recente e péssimo Assalto ao Banco Central prova que esse gênero está pronto para ser disseminado no Brasil.
O caso, que eclodiu em 1999, mostrou as falhas da Lei do Audiovisual. Na ocasião, Fontes captou milhões de reais para realizar o longa-metragem Chatô, o Rei do Brasil. O grande plano foi convencer os financiadores de que esta seria uma obra nunca antes vista, e assim enrolar a produção até encher os bolsos de dinheiro do contribuinte. "Vai ser a maior produção cinematográfica do mundo. Essa demora de mais de 10 anos é porque estamos criando tecnologias inovadoras de câmeras, tal qual James Camero em Avatar. Vocês vão ver algo nunca antes visto", esclarece Fontes sobre a demora na conclusão do filme. Questionado pelo LARANJAS sobre a sentença de 2008 que obrigou a sua produtora a devolver mais de R$ 38 milhões aos cofres públicos, ele não quis dar mais declarações e pediu um dinheiro emprestado ao repórter.
"O objetivo desse filme é alertar a população do que está sendo feito com o dinheiro recolhido em impostos", declarou Carminati à imprensa. O diretor considera um absurdo grandes empresas como a própria Globo usarem recursos das leis de incentivo à cultura para produzirem filmes. "Eles tem dinheiro suficiente para bancar tudo. Esses recursos têm que ser destinados a diretores independentes, em filmes com roteiros que divulguem o Brasil para o exterior". Carminati é um cineasta experiente, responsável pelo absurdo Segurança Nacional, sobre as aventuras de um agente da Abin salvando o país de atentados terroristas; também teve uma passagem por Hollywood, com o incompreendido Heartbreaker, situado em Santa Catarina. "O Brasil é um país rico para filmes de golpes. Tenho até uma próxima ideia, se chamará Dois homens e onze segredos... Consigo imaginar até o George Clooney interpretando o Sarney e o Brad Pitt como Collor, ambos num plano elaborado para controlar o governo e manter sigilo eterno de documentos públicos".
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