quinta-feira, 29 de maio de 2008

Rato não, camundongo!

“Mas amor, é só um rato”.

Sei que falar isso não foi muito inteligente, porque defender um rato quando seu futuro está em jogo, é algo a se considerar algumas vezes antes de se fazer. Acho que foi uma das últimas frases que disse para aquela mulher. Parece também que ela me respondeu algo como “Chegar em casa bêbado em casa toda noite, eu posso suportar. Agora, trazer um rato para casa e o chamar de filho é a gota d´agua”. Tive que abandonar meu lar.“Toma essa coisa nojenta, seu animal”.

Saí ,então, com o “Gota d´agua”. Não entendia como ela podia ter raiva daquele bicho tão querido e simpático. Sentei ao lado de uma poça de lama, esperando que a resposta caísse do céu para mim. Choveu. Gota d´agua começou a rosnar de frio em sua gaiola. Não podia deixar ele ali, chorando. Caminhei com ele até o parque, e nos abrigamos embaixo da figueira central.Estava ali, refletindo. Aquela mulher me odiava, e eu nem a menos sabia o motivo real. Que eu fosse um cafajeste? Sim, mas e daí? Que eu fazia pouco caso de seus sentimentos? Sim, mas e daí? Que eu queria tirar a idéia dela de ter um filho, lhe dando um animal de estimação? Sim, mas e daí?

E daí, que eu fui expulso de casa. E daí, que estava com frio. E daí, que meu melhor amigo era um rato. É, pensando bem minha vida estava uma pequena bosta. Uma grande bosta para falar a verdade. Alias, uma tremenda bosta, porque Gota d´agua tinha acabado de fugir. Saí a sua procura, e para meu espanto, pela primeira vez na vida eu pensei. Sabe, é aquilo quando você fala algo de útil para si mesmo. Algumas pessoas sempre haviam me dito que não conseguiam parar de pensar am alguma coisa que as aflingia. Eu nunca havia as entendido.

Que bom, já sabia o rumo que tomaria da minha vida. Que bom, que bom.Retornei a minha casa, acordei minha mulher, disse que a amava, que me perdoasse e que me amasse novamente. Nisso, meu chefe Ricardo me enxeu de porrada, e eu virei um rato. Rato não, camundongo.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Guia LARANJAS de Picaretagem Cultural - Cinema

O LARANJAS inaugura sua nova seção de auto-ajuda, que fará com que você se saia melhor em debates culturais, através da mais popular das formas de arte: os filmes. A sétima-arte é importante na busca de afinidade com outros seres humanos e também uma válida aliada na arte de se mostrar superior culturalmente. Há pessoas que consideram isso uma forma de sedução. Assim, você também pode se interessar por nosso guia no campo dos relacionamentos, já que as películas fazer parte da vida de qualquer casal, desde aquele cineminha empolgante do começo até as pilhas de DVD dos insuportáveis fins-de-semana quando tudo já caiu na rotina. Talvez, ao demonstrar ser um entendido, você quebre paradigmas e consiga convencer a sua gatinha a assistir com você a um filme pornô que tenha boa fotografia e direção de arte.

O ponto aqui não é de fato entender, mas se fazer passar por um expert. Antes de mais nada, portanto, é importante lembrar que você deve limitar suas opiniões cinematográficas a pessoas mais ignorantes que você. Evite pessoas que verdadeiramente entendam do assunto ou que se demonstrem viciadas, perguntando ao interlocutor a sua lista de cinco filmes preferidos; se o sujeito se recusar a responder, temendo cometer injustiças ou ativar o seu desprezo, é porque tem uma relação doentia com o cinema e entende muito mais que você. Por outro lado, pessoas que indicarem animações, filmes de ação e comédias pastelão são um excelente alvo.

A primeira dica que o LARANJAS dá é a seguinte: em geral, ninguém sabe bem qual é o papel de um diretor na realização de um filme. Roteirista, ok. Ator, óbvio. Diretor, porém, é um ente misterioso. Portanto, se você demonstrar que conhece diretores, impressiona os incautos. Tenha um diretor favorito, não importa qual seja. Seria interessante que você soubesse um ou dois filmes feitos pelo cara, mas não é essencial: quando perguntado sobre qual filme você indicaria, responda "todos, acho impossível avaliar a obra dele sem contemplá-la por inteiro". Muitos diretores têm caixinhas de DVD que geralmente estão em promoção nas lojas do ramo; vale a pena comprar e deixar na estante, pois lhe dará credibilidade e causará uma boa impressão em potenciais conquistas, além de servirem como bons apoios para os livros que você também não leu. Por fim, sempre trate seu diretor preferido apenas pelo sobrenome: Scorsese, Coppola, Tarantino, Spielberg, Kubrick, etc. A única exceção é Woody Allen, a quem você pode se referir carinhosamente como "aquele pederastinha", a fim de denotar intimidade e impressionar ainda mais.

Fellini, Bertolucci e Antonioni. Godard, Truffaut e Vadim. Herzog e Wenders. Almodóvar. Itália. França. Alemanha. Espanha. Cinema europeu é um terreno espinhoso, mas não para quem pretende falar apenas com pessoas comuns. E pessoas comuns não vêem filmes europeus. Nós simplesmente não entendemos os diálogos filosóficos, os pêlos pubianos e o uso pouco ortodoxo de tabletes de manteiga como elementos relevantes no roteiro. Assim, é um terreno válido pra você falar rigorosamente qualquer coisa, pois há uma probabilidade de 96% de seu interlocutor nunca ter visto um filme feito fora dos Estados Unidos. Talvez tenha visto, no máximo, um filme do Almodóvar, mas ou ele dormiu no meio ou achou coisa de viado. Aliás, definir cinema europeu como um todo como "coisa de viado" também é interessante, até porque é verdade. No mais, decore alguns dos nomes que abrem esse parágrafo. São diretores. Cite-os e ponto final. Se quiser, diga que são "profundamente chatos e entendiantes, mas muito interessantes". Sua vítima não vai entender nada e concluirá que você é um sujeito com uma densidade de pensamento invejável.

Por fim, tenha opiniões preconceituosas e contundentes. Ser polêmico, para pessoas mais rasas, é sinônimo de ser inteligente. O ideal é que seus comentários beirem o cult, como "não vejo filme nacional porque se eu quisesse ver pobre sofrendo ficava em casa vendo a empregada lavar a minha privada". Ou "não vejo filme indiano por questões higiênicas". Um "ultimamente larguei o cinema convencional e tenho visto apenas pornografia lésbica, porque gosto dos enquadramentos mas não curto ver rolas no meu telão de plasma", dito de forma séria e num ambiente receptivo, pode ser surpreendentemente positivo. Talvez até convença a sua gatinha a uma sessãozinha a dois.

domingo, 25 de maio de 2008

Homem tenta fugir de polícia carregando uma perna de boi!

Ontem, quarta feira, dia 7 de maio de 2008, após assaltar um açougue na região do largo da Freguesia, um homem identificado pela polícia como sendo Daniel Nunes da Silva foi preso tentando fugir com uma perna de boi. Ele foi detido em meio aos risos dos taxistas e dos pedestres que estavam na região.

O assalto ocorreu às dez horas da manhã. Três homens renderam os funcionários do açougue. Dois deles ficaram responsáveis por pegar todo o dinheiro do caixa, enquanto Daniel deveria cuidar dos reféns. Mas ele acabou se distraindo com alguns itens do balcão, e enquanto ele roubava as carnes, os reféns aproveitaram para chamar a polícia, que fazia plantão em um Banco próximo ao açougue. Dois sujeitos não identificados correram para a Cidade de Deus, enquanto Daniel ficou para trás, com a perna do animal.

Em relatório oficial, a polícia disse à imprensa que eles levavam o meliante para a delegacia e de repente “ele rompeu o porta do camburão em que estava sendo transportado e sumiu”. Eles só foram perceber que o assaltante havia desaparecido quando chegaram à delegacia e o dono do açougue, Carlos Henrique de Oliveira, tentou registrar a queixa. Uma testemunha que prefere não ser identificada disse que viu “um homem saltando do camburão da polícia, mas não quis acreditar no que via. Nunca imaginei que alguém realmente pudesse fugir de dentro de um camburão. Depois o vi correndo em direção da Cidade de Deus, ou da Barra, não sei bem”.

Algumas testemunhas foram levadas à delegacia para fazerem um retrato falado, que ficará pronto até amanhã, quando começam as buscas na Cidade de Deus e Barra da Tijuca. Além disto, foi encontrado um carro no local do assalto, mas o dono dele ainda não foi identificado. A polícia acredita que ele tenha alguma ligação com os assaltantes.

Esta é a terceira vez que o açougue é assaltado desde sua fundação em 2002. Em entrevista Carlos Henrique confessou que nunca tinha visto “em toda a vida uma situação tão inusitada. Parece até piada”. O resultado do assalto foi um saldo negativo de 850 reais roubado do caixa, uma perna de boi e os danos causados a estrutura do estabelecimento, que ainda não foram contabilizados.

Esta não é a primeira vez que alguém foge com um item inusitado de um açougue. Em 2005, aconteceu nos Estados Unidos algo parecido. Na pacata cidade de Houston no Texas um jovem americano, chamado John O´Neill, invadiu um açougue e fez os funcionários reféns por 14 horas. Depois obrigou os funcionários a lhe cortarem 12 quilos de filé mignon. Ao tentar fugir em sua caminhonete ele foi perseguido por policiais durante trinta minutos, invadiu uma escola do ensino fundamental, ligou para sua ex-namorada e se suicidou com a arma do crime, um revólver calibre 32. Um final um pouco mais trágico do que seu colega brasileiro.


Notícia baseada na página 369 do livro Cidade de Deus de Paulo Lins

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Anedota Infame!

- Lembra do Mário?
- Qual Mário?
- Aquele, do joguinho!
- É, ele existe.
- Sim, e é encanador.
- Um encanador? Espera aí, que eu já pego o número.
- A Cláudia estava precisando de um encanador?
- A Cláudia estava querendo um encanador?
- A Cláudia está tendo um caso com um encanador?
- Ele se chama Mário?
- Mário, que Mário?
- Ah, aquele Mário.
- Armário?
- Sim, sim. Tão dizendo por aí que a Cláudinha comprou um armário.
- A Cláudinha comprou um armário?
- Sim, me falaram que foram em 15 prestações.
- E teve que dividir em prestações?
- Ela deve estar precisando de dinheiro.
- A turma está fazendo uma vaquinha. Você deseja contribuir?
- É, parece que ela atrasou o pagamento do pessoal. Tão até chamando ela de vaquinha.
- Coitada. Atrasou.
- É, então. Tadinha. Atrasada em 3 prestações.
- Ela está atrasada em 3 prestações?
- Ela está atrasada com o pagamento?
- Ela está atrasada?
- Ela está grávida?
- Falaram que a criança tem pai.
- Tem pai, mas ele está por aí.
- Tem pai, mas ele nem sabe ainda.
- Tem pai, e ele é trabalhador.
- Tem pai, e ele é encanador.
- Eu vou ser pai?
- E daí que você vai ser pai? A Claudinha está precisando de um trabalho urgente.
- Eu vou ser mãe?
- Pai, lembra do Mário?
- Que Mário? Ah! Aquele Mário.

domingo, 18 de maio de 2008

Seção Presunto Fresco: Zélia Gattai

Você consegue citar, de cabeça, um livro escrito pela recém falecida escritora baiana Zélia Gattai? Pois é, nem eu.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Novelaranjas: "A gênese de um cafa" (Capítulo IV)

Capítulo I ; Capítulo II ; Capítulo III

Para ler ouvindo: Kid Abelha - A fórmula do amor


- Há situações em que o produto é até bom, mas a empresa não sabe vendê-lo. Geralmente é um problema nos canais de comunicação com o público, ou mesmo definição errada desse público.

Olha, não é que se pode aprender algo de útil na faculdade?

- E outra coisa: de repente pode ser interessante que você entre com um preço de penetração de mercado, ou seja, venda seu produto um pouco mais barato para que ele comece a circular. Já ouviu aquela história de que uma criança só quer um brinquedo que o amiguinho já tem? É mais ou menos por aí.

Alguém já deve ter escrito um livro de auto-ajuda aplicando ferramentas de marketing para a sedução. Deve se chamar "Jesus, o maior pegador que já existiu" ou "120 estratégias de marketing das pessoas sexualmente felizes".

- Mas tu não disse ainda, garoto, qual produto que tu queres vender?

Dei um migué no meu professor de marketing. Eu queria vender o meu corpo, mas disse pra ele que queria vender a minha alma. Ele riu. No fundo, era verdade. Queria me transformar em algo que era contra a minha essência, que era de ser um cara que respeitava as mulheres. Mais tarde eu descobriria que não precisava deixar de ser esse cara, apenas precisava que ele aparecesse nas horas certas.

Enquanto isso, eu queria aprender mais. Comecei a freqüentar, então, lugares pródigos em coroas, que não têm muito tempo a perder. Aqueles mesmo. Isso, esses aí. E elas gostavam de mim. Devia ser o letreiro luminoso na minha testa que dizia "semi-virgem". Eu pensava que coroas guerreiras teriam um instinto maternal aguçado, que deveriam querer ensinar algumas coisas pra caras mais novos como eu. Ledo engano. O que mais rolava eram coisas na base do "deita aí e não me atrapalha". Algumas delas chegaram a dizer literalmente isso. Não deu pra aprender muita coisa. O lado bom é que eu geralmente ganhava um lanchinho gostoso na cozinha das coroas. Era o tal instinto maternal que eu imaginava.

Outra coisa boa desses lugares (aqueles mesmo), é que conhecidos meus também os freqüentavam. E a minha taxa de sucesso era consideravelmente maior que a deles, decerto por causa do letreiro. Impressionados, esses caras, que estudavam Administração na UFSC comigo, começaram a me chamar para outras baladas, freqüentadas por pessoas da nossa faixa etária. E, claro, por meninas que estavam Administração na UFSC comigo.

Elas me atraíam como velas às mariposas. Um desejo suicida. Eu tinha uma necessidade brutal de pegar uma delas. Normal, todo mundo quer participar do placar secreto, aquele que todo mundo conhece, que rola internamente nos cursos de uma universidade. O meu caso era ainda mais justificável: eu queria abrir a minha contagem. Foda é que eu não conseguia de forma alguma. Eu ficava de papinho, queridão, até algum canalha notório do curso resolver em poucos minutos o que eu levava horas para não conseguir. Minha reação oscilava entre a pura revolta e a consternação, mas sempre envolvia muito álcool. E, às vezes, bêbado a gente observa as coisas com mais clareza. Numa dessas noites, comentei que os caras deviam entender mais de marketing que eu. Belo insight, garotão. Era exatamente isso.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Uma Novidade da "Séria" Central Globo de Jornalismo

Após reconhecer, tardiamente, a capacidade que os telejornais da emissora possuem em produzir famosos, a cúpula da Central Globo de Jornalismo se reuniu ontem, após o Jornal Nacional, com o objetivo de tomar alguma medida para seguir nesta linha com mais profissionalismo. Depois de 23'38" de reunião o que ficou decidido entre o diretor responsável Carlos Henrique Schroder, o diretor executivo Ali Kamel e mais uns três ou quatro que eu não reconheci, por ter faltado a última reunião de cúpula, é um tanto surpreendente...

Até sábado, será anunciada a contratação de Nelson Rubens, da RedeTV! Isto mesmo! O maior especialista da televisão brasileira, em famosos, se junta a equipe de jornalistas da emissora carioca com a função de pinçar, no vasto material produzido todos os dias, algo que possa tirar do anonimato pais assassinos, padres voadores, jogadores confusos, travestis arrependidas, entre outros personagens do cotidiano brasileiro. O maior problema constatado já nesta reunião decisiva foi a questão de onde encaixar o fofoqueiro na programação imutável da Rede Globo. A reportagem do Laranjas passou pelos telejornais, inclusive pela revista semanal, o Fantástico, para saber a reação dos novos colegas em relação a novidade.

No Bom dia Brasil, chegamos um pouco atrasados, mas encontramos Renato Machado babando na Renata Vasconcellos. Perguntado sobre a novidade, Renato não esboçou reação alguma, apesar de ter parado de babar. "Vai acabar vindo pro Bom dia Brasil. Já to acostumado. Todo dia chega um novo na redação. É o telejornal mais democrático da casa. Tem a Miriam Leitão, monstra da economia, aliás em todos os sentidos, que não deve dormir e por isto foi parar num jornal tão cedo. Tem também o Alexandre Garcia, que até pouco tempo era só o step da Globo e resolveram encaixar ele como o Jabor da manhã e... ah! Tem mais. Além do Tadeu Schmidt com seus comentários oportunos e engraçadinhos agora tenho que aguentar o Noronha, que é alguém que tava passando na frente do Projac tranquilo e foi convidado a comentar futebol... é... mas do que a gente tava falando mesmo, meu filho? Ah sim, do Nelson Rubens. Então, acho que é isto". Ficamos meio sem jeito de continuar a entrevista, pois era visível a necessidade de ficar a sós que os dois demonstravam. Seguimos...

Ligamos às 8:30 para o dinossauro Cid Moreira. Eis sua resposta sobre a vinda de Nelson Rubens. "Olha, depois de apresentar o Jornal Nacional de bermudas, interpretar um texto de Leonel Brizola, gravar horas e horas a Bíblia Sagrada e ver mágicas seculares serem desmascaradas pelo mascarado (risos), eu não duvido de mais nada. Menos desta informação que o senhor está me dando. Não é possível". Tentamos convencer o esclerosado de trocadilhos infelizes, mas acabamos pegando no sono com a sua voz hipnotizante.

Mais tarde, no Jornal Hoje, o jovem Evaristo Costa, sucessor eterno de Carlos Nascimento, disse que o jornal em questão tem pouco espaço na programação e só serve como ponte para o Vídeo Show. Segundo ele, encaixar o Nelson Rubens no JH tiraria a expectativa da grande massa em relação ao programa inútil seguinte, pois ele trataria dos mesmos assuntos, além de reduzir o tempo de almoço dos cidadãos brasileiros, que é a função mor cumprida pelo Jornal Hoje, na programação global. Achamos coerente e prosseguimos.

Chegamos na redação na primeira chamada ao vivo entre-novelas do Jornal Nacional. Willian Bonner e Fátima Bernardes não se olhavam. Aproveitando a possível briguinha do casal já chegamos de sola no perfeitinho:

Laranjas - Qual a importância da Fátima no JN?
Bonner - É... - olhou ela meio sem graça e disse meio sem prestar atenção nas palavras - Ela é a mulher do programa. Não, quero dizer... ela é muito importante, pois participa de toda a produção, é perfeita nas edições, cuida bem das crianças, ops... É...
Laranjas - E você trocaria ela pelo Nelson Rubens?
Bonner - Na apresentação do Jornal você tá dizendo, né? (L -urrum) Eu considero ele um bom jornalista, mas na área dele. Acho que o quadro de jornalistas da Globo já é bastante saturado e restringe ainda mais quando o assunto é apresentação - uma olhada pra Fátima, que de braços cruzados batia o pé ligeiramente no chão - apesar de considerar a Fátima insubstituível, claro.
Laranjas - Inclusive no casamento?
Bonner - ... (silêncio) - Neste momento, Fátima Bernardes seguiu em direção a sala da redação enfurecida proferindo palavras chulas inimagináveis em ser tão perfeitinho.
Laranjas - Você sabia que o Nelson Rubens é o novo contratado da Globo e vai ser encaixado em algum telejornal para desenvolver a capacidade de produzir famosos através de noticiários?
Bonner - O quê?!
Laranjas - Sim. E cogitam a hipótese dele vir a substituir sua excelentíssima esposa.
Bonner - Com licença, por favor. Boa noite!

Willian Bonner saiu rapidamente em direção a sala. Da discussão ouvimos apenas algo envolvendo Galvão Bueno e cobertura da última copa. Porém, saimos satisfeitos por receber um "Boa noite!" exclusivo do perfeitinho.

Antes do Jornal da Globo, ligamos para o apresentador do Globo Repórter, Sérgio Chapelin, para saber o que ele acha sobre a contratação de Nelson Rubens. "Boa noite! Pernilongos, borrachudos, mosca varejeira. No programa de hoje você vai conhecer o mundo destes excêntricos representantes da fauna brasileira. Na verdade, você não vai conhecer nada, pois isto é uma secretária eletrônica personalizada. Deixe seu recado após a vinheta de abertura". Esperamos toda a música, mas ele não atendeu a nossa reportagem.

Ligamos ainda para o que, dentre os telejornais, mais produz famosos por edição graças as notícias, entrevistas e shows da vida real. Representando o Fantástico, Zeca Camargo nos atendeu educadamente ao telefone. Disse que não se importava com a nova contratação e que o Fantástico estaria de portas abertas para ele. "Quem sabe um novo quadro? Ou no próprio 'Central de Boatos'... quem sabe o Kubrusly não leva ele junto pelo Brasil. Nossa! Fiquei entusiasmado com esta notícia. Qual é o seu nome, mesmo?". Inesperadamente a ligação caiu. Mas íamos sugerir mais um quadro para o Fantástico. "Entrevista ensaiada", com Patrícia Poeta (a mulher que desbancou a funkeira, Glória Maria).

Já exausto e sem saber o porquê daquela iniciativa chegamos a redação do Jornal da Globo. William Waack, com sua expressão de moribundo e coitado, tomava café tranquilo a espera do final da novela. Ao saber da novidade ele mudou toda a expressão de moribundo e coitado e se pôs surpreso. Depois voltou a expressão de moribundo e coitado, coitado.

Laranjas - William Mer... ops! William Waack. Renato Machado foi a favor da vinda dele, Evaristo Costa, argumentou contra, o Bonner, disse que tanto faz. Enfim, qual é a sua opinião?
Mer... - Acho que o Jornal da Globo já está no limite de comentaristas. Acho que a medida a ser tomada seria contratar de volta a Ana Paula Padrão.
Laranjas - O que tem uma coisa a ver com a outra?
Mer... - Então, a Ana Paula Padrão encaixa no perfil que a gente procura pro Jornal da Globo e não o Nelson Rubens, claro.
Laranjas - Mas e a... como é o nome dela mesmo?
Mer... - Ela trabalha bem, mas tu ia gostar de trocar a Padrão por ela?

Deve ser por isto a expressão de moribundo e coitado, coitado.

Por fim, quase desmaiando de tanto trabalhar, chegamos ao final das entrevistas. Cabia apenas ligar para a cúpula e repassar o que coletamos para ajudar na decisão de onde por o Nelson Rubens. Carlos Henrique Schroder começou a rir descontroladamente. "Você acreditou mesmo nesta história? Foi só uma ironiazinha que o Kamel estimulou e virou uma piada. Pior que ninguém riu mesmo depois que eu disse isto. Mas a gente não pediu para que fizesse este trabalho todo também (risos)".

Pensando bem realmente não tem fundamento tal informação, mas quem duvidaria do chefão do jornalismo da Globo?

domingo, 11 de maio de 2008

Feliz Dia das Mães!

Hoje, 11 de maio, Dia das Mães!

Esta coitada, que nos carregou por 9 meses, depois dormiu mal todos os dias devido a choros estridentes que invadiam suas noites pós-parto. Sofreu ainda com o ciúme de ver todas as parentes e amigas mimarem seu bebêzinho das maneiras mais bizarras do mundo. Sem falar também na troca de fraldas, uma mais nojenta que a outra, e as babadas em litros, que sempre eram despejadas nelas. Isto que estamos limitando o sofrimento aos primeiros meses de nossas vidas. Poderíamos falar ainda sobre as decepções geradas pelos anos posteriores em todas estas guerreiras que um dia procuravam prazer com nossos pais e foram "presenteadas" com filhos.

E é por ter consciência deste fardo que o Laranjas presta homenagens a todas as mães do mundo. Principalmente a mãe da Gretchen, que ainda é vó da Thamy, coitada. Lembramos também da mãe do Maguila, este herói brasileiro, que proferiu um dia a seguinte frase "o trabalho danifica o homem". A orgulhosa mãe da Joelma, por vê-la casada com o Chimbinha, eleito pela revista Cupuaçu Style o homem mais sexy do Pará. Não poderia faltar também a mãe do Ronaldo, este injustiçado. A futura mãe Camila Pitanga, por ser a Camila Pitanga. E pra finalizar, um feliz dia das mães a todas as mães que lotam os auditórios do SBT todos os domingos, desde sempre.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Após o casamento, marido descobre que sua esposa era um homem!

Ontem, em Minesotta, EUA, um homem chamado Carl Hendrix pediu anulação do seu casamento por que descobriu na noite de núpcias que sua mulher era um homem. Carl disse que sempre “havia respeitado a opção da mulher de casar virgem. Nunca nem ao menos pensei em dar uma conferida”.

O fato repercutiu por toda a comunidade evangélica não luterana americana, que já organizou manifestações de milhares de pessoas nas principais capitais. Enquanto isso, o Vaticano emitiu nota excomungando a dona Lurdes Haim Hamen, esposa de Carl.

Dona Lurdes afirmou que “é difícil arranjar marido, quando você é um homem. Ainda mais eu, que não gosto de jogadores de futebol”. Após essa declaração ela recebeu por correio a chave do Canadá e da Holanda, que insistiram que ela se mudasse para seus países a fim de se tornar senadora interina.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Novelaranjas: "A gênese de um cafa" (Capítulo III)

Capítulo I ; Capítulo II

Para ler ouvindo: Arctic Monkeys - You probably couldn't see for the lights but you were staring straight at me

- Não, guri, não senti nenhuma conexão diferente contigo. Você simplesmente estava ali, te achei bonitinho e com cara de cabaço. Tudo o que eu precisava para o fim de noite.

Com essa frase, e com as horas anteriores que passei com ela, a bartender, uma balzaca sarada chamada Sandra, ensinou um conceito que mudaria minha vida: o sexo sem sentimentos. E o sexo por si próprio, também. E, tá bom, não foram horas, mas sim alguns minutos.

- Ah, e vi que você tinha carro também. Contou alguns pontos. Eu não tava afim de voltar de táxi pra casa.

Ela tinha me usado! E eu achei isso sensacional. Foi quando eu percebi que estava começando a mudar. Eu sentia um certo orgulho e de forma alguma me recriminava por isso.

- Quer dizer, não fica achando que eu sou maria-gasolina! O que contou mais foi que você é bonitinho. Sério, guri, se você se valorizasse mais um pouco, desse um jeito nesse seu cabelo, ganhasse alguns músculos, ia ser um sucesso com a mulherada.

Claro, hoje eu sei que o que contou mais foi o carro. Naquela noite, porém, eu aceitava tudo que a ela dizia como um mero aprendiz. Ainda bem. Percebi que teria que trair a minha verdadeira personalidade, vender-me pra esse novo mundo para o qual uma bartender tinha me aberto as portas. E se eu fosse me vender, o produto tinha que ser bom, como ensinavam minhas aulas de marketing. Naquele momento eu não tinha condições de ser um best-seller. O bizarro foi que eu pensava tudo isso no pós-coito, enquanto a Sandra fumava um cigarro. Foi a primeira de algumas trepadas epifânicas, no sentido literal da palavra, que eu viria a ter nessa época de transformação.

Então eu raspei o cabelo. E ganhei alguns músculos. O legal de ser magro é que em pouco tempo de malhação você dá uma inchadinha e já se acha um Adônis. Perfeito para o que eu precisava: auto-confiança. Na verdade, isso é tudo o que um homem precisa: auto-confiança. Repita para você mesmo: auto-confiança. Com as ferramentas certas, ou seja, se sua auto-confiança realmente se justifica (para si próprio, é bom ressaltar), você vai dizer para a mulher que é o seu foco numa balada, apenas com os olhos, "eu vou te comer essa noite" e ela não vai te questionar. Pode regular, mas no fundo ela vai te dar razão.

O meu problema foi ter desenvolvido, inicialmente, auto-confiança demais. Minhas abordagens variavam entre o clássico puxão-no-braço e o olhar-stalker, aquele em que o cara fica uns cinco minutos encarando sem tomar uma atitude e esperando que a mulher aja. Fucking amateur. Até que, numa noite, consegui tirar uma menina do sério. No mau-sentido.

- Tu é louco ou frouxo?

Fiquei sem reação.

- Não, porque eu vi que tu tava me olhando. Olhei de volta e te dei um sorriso. Tu não veio, achei que tinha ido embora. Só que tu ainda ta aí! E ainda me olhando! Então ou tu é um louco que tem tesão em só secar as mulheres ou tu é um baita de um frouxo que leva meia hora pra criar coragem. Qualquer que seja, pára de me olhar!

Ainda sem reação.

- Uma dica, querido: se uma mulher te der mole e tu não fizer nada em 30 segundos, ela parte pra outro. Pôe na tua cabeça que quem escolhe quem pega na night são as mulheres, mané!

A primeira parte estava corretíssima. Discordo frontalmente da segunda afirmação, embora concorde que realmente devemos deixá-las pensar que isso é verdade. Tenho que admitir, contudo, que as mulheres foram as minhas melhores professoras de cafajestagem. Foda foi que eu não peguei o nome dessa esquentadinha.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Quatro Problemas e Um Resumo

Segundo Parsons, todos os sistemas cartesianos sociais devem resolver quatro problemas básicos, que não é da cozinha:

-ADAPTAÇÃO: a acomodação do seu parceiro(a) às suas exigências reais, no seu ambiente, seja ele sujo ou meio sujo (o parceiro(a)).

-CONQUISTA DE OBJETIVOS - a definição dos objetivos, enquanto dois e a mobilização de recursos desviados para atingí-los, enquanto um.

-INTEGRAÇÃO - estabelecer, taxar e organizar as relações de troca de fluidos entre as unidades do sistema cartesiano, ou seja, isto quer dizer promover encontros que facilite o sexo entre o "X" e o "Y", não só no ponto(0,0). Além disto, é necessário coordenar e unificar estes elementos em uma só unidade: no plano cartesiano.

-LATÊNCIA - seria a manutenção dos padrões estéticos da Rede Globo que, de uma forma ou da mesma, motivam a cultura deste sistema desigual, sujo e porco, que é o sistem métrico.

EM RESUMO: Em um sistema social (não métrico, muito menos cartesiano), cada um dos indivíduos alienados que interatuam (entenda como quiser) tem uma função exponencial a desempenhar. E quando essas funções são reconhecidas e apreciadas publicamente por seus pares, denominam-se papéis. Como por exemplo: Willian Bonner (no papel de marido) e Fátima Bernardes (no papel de repórter especial introduzida no meio das delegações brasileiras de futebol nas copas do mundo).

*texto feito durante explicação do professor Itamar Aguiar, na matéria de Sociologia da Comunicação. Muito útil! (estou falando do post)

domingo, 4 de maio de 2008

Marcha da Maconha Pra Quê?

Ler post abaixo e abaixo do abaixo, assim sucessivamente...

Outro motivo para ponto facultativo nesta segunda, não só no CCE, mas em toda margem pobre, revolucionária e comunistinha do rio, seria o movimento internacional a favor da legalização da marijuana, a Marcha da Maconha. Sim, seria. Não leitores bem informados, a marcha não foi proibida como aconteceu em nove capitais do país (Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP)). Ela apenas não existiu!

F.S., que é usuário de cannabis, entrevistado sobre o porquê da falta deste tipo de manifestação aqui em Florianópolis disse "então, ãã... aqui era proibido? Ãã... porque, se pá, acho que é por isto, tá ligado?". Depois deste papo desbaratinado com F.S., nossa reportagem foi atrás dos verdadeiros motivos da Marcha da Maconha não ter adeptos aqui na Nova Jamaica e após apuração, constatamos que é sim o descaso das autoridades em coibir o uso da maconha na Ilha que faz com que ela se propague como que legalmente entre os jovens, adultos e velhinhos também, porque não. O mais relevante nisto tudo é que fizemos uma apuração de verdade, sendo que era só andar por aí, inclusive pela UFSC, para comprovarmos que até os seguranças dão um tapinha. "É pra aguentar a rotina, tá ligado?", disse entre um back e outro, P.A., segurança da UFSC e traficante na Serrinha.

O coletivo Marcha da Maconha foi criado em 1999 em Nova York e sempre acabou em fumaça. No Brasil, começou em 2002, no Rio de Janeiro e acabou em funk, hip hop e polícia. Mais informações sobre o grupo no site: www.marchadamaconha.org

Então, como em Florianópolis nenhum usuário do cigarrinho do capeta se mobilizou em prol dos outros acadêmicos do lado vermelho da UFSC, segue o ponto facultativo apenas para os estudantes do CCE, adeptos de outro tipo de droga.

sábado, 3 de maio de 2008

Curso de Jornalismo da UFSC tem ponto facultativo nesta segunda

As aulas da segunda-feira, dia 5 de maio, terão caráter opcional para os acadêmicos do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina. A resolução foi tomada por Hélio Schuch, chefe de departamento, e referendada pelos professores. A justificativa é a realização da Parada da Diversidade de Florianópolis, dois dias antes. Schuch segue o exemplo dos outros chefes de departamento do Centro de Comunicação e Expressão - CCE, que também decidiram dar folga aos estudantes. "Temos que dar um tempo pra gurizada respirar. Quase todo mundo aqui do Jornalismo quis ir cobrir o evento, seja tirando fotos, produzindo matérias ou simplesmente soltando a franga", explica Schuch.

O alto índice de homossexuais no curso justifica a iniciativa. Estima-se em 20% a quantidade de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros nos corredores do Jornalismo, isso já contando os enrustidos, que todo mundo sabe quem são, né (NOME CENSURADO)? Assim, o pessoal vai ter um tempinho para descansar da lou-cu-ra que foi esse feriado, com festinhas em todos os dias. O LARANJAS, composto por três lésbicas, apóia a iniciativa. Segunda-feira aproveitaremos o dia pra beber bastante cerveja e assistir videotapes de futebol enquanto fazemos a leitura da revista Playboy com aquela gostosa do BBB na capa, pra ver se nos recuperamos deste que foi o post mais bicha da curta história desse blog.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Novelaranjas: "A gênese de um cafa" (Capítulo II)

Capítulo I

Para ler ouvindo: Franz Ferdinand - Take me out


- A primeira coisa que você tem que fazer é parar de idealizar as mulheres. Aliás, pára de idealizar a mulher por quem você está apaixonado, porque você só pensa nela e esquece que existem outras. O ideal mesmo é que você pare com essa merda de se apaixonar.

Meu irmão mais velho. Brilhante.

- Quer dizer, é legal você se apaixonar por alguém. Mas seres humanos normais ficam com a pessoa desejada antes de caírem de amores por ela. Você, não! Você se apaixona por um sorriso, por um conceito, por uma premissa... Você não é normal.

Verdade. Eu poderia discutir o conceito de normal, mas entendi o que ele queria dizer.

- Você tem que tirar essa idéia fixa de namorar da sua cabeça. Você tem vinte anos, não precisa de uma namorada agora. E namorar não é essa besteirada romântica que você pensa. O lado físico talvez seja o mais importante, e você não sabe nada sobre isso.

Incrível, era isso mesmo. Mais incrível ainda foi eu ter passado pela minha adolescência sem nunca conversar sobre mulheres com um cara quatro anos mais velho que morava no quarto ao lado.

- Olha moleque, eu não queria te dizer isso, mas é a única solução que eu vejo: você precisa urgentemente começar a trepar!

Gênio. Eu era provavelmente o único adolescente do mundo não obcecado por sexo, mas sim por romance. Sério, não conheço nenhum outro. Isso deve ter me ajudado a tirar boas notas na escola, mas claramente tinha provocado um atraso no meu desenvolvimento masculino. Agora, porém, eu teria alguém para me guiar pelos meandros do mundo das mulheres, meu querido irmão mais velho.

- Nem fodendo, não vou te levar pra balada. Até pode pegar umas roupas no meu armário, mas comigo você não vai sair.

Filho da puta. E olha que tínhamos a mesma mãe. Mas hoje eu entendo. Ele temia me apresentar uma mulher, digamos, fácil, e terminar me vendo escrever um poema pra ela. Justo. Pelo menos, meio sem querer, ele me alertou pra algo que eu não tinha notado: eu me vestia muito mal. Conceitualmente, eu digo. Nunca tinha subido numa prancha de surfe ou de skate, mas me vestia só com bermudões, casacos de moletom e camisetas de marcas de praia. Nada a ver. Vai ver era por isso que eu tinha sido barrado em algumas boates.

De fato, com um jeans e uma camiseta branca não fui barrado no El Divino. Fui sozinho. Medo, muito medo. Encostei logo no bar e pedi uma cerveja. Muitas gatas. Mas não olhavam pra mim. Quer dizer, acho que não, porque eu não tinha coragem de olhar nos olhos delas. Outra cerveja. Engraçado como o álcool não é tão relaxante assim quando você está uma pilha de nervos. Três, quatro cervejas. A música não ajudava também. Alta e ruim. Até que ouvi uma voz familiar. Feminina. Era a bartender que estava me servindo.

- Tá sozinho, guri?

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Dia do Trabalho = Inutilidade

Feriado de 1º de maio em Florianópolis: em casa, agasalhado e no MSN. Este grande veículo da fofoca mundial, ponto de encontro de pessoas tímidas e promíscuas, nerds e despudorados, feios e bons de papo, todo tipo de gente. Esta mistureba de duplas personalidades contribuem para a construção de qualquer tipo de relacionamento humano, desde uma amizade até o ápice, que é o sexo. Ele começou como um substituto do Mirc, ICQ, chat de bate-papo, etc e foi criando formas, cores, e possibilidades. Uma não tão recente inovação do MSN é o tal do sub-nick. Na minha inércia de viver deste feriado comecei a obervar os sub-nicks alheios e não me aguentando em minha chatice crônica...

"Te amo DI. Sdds ;* / qeee doooor." (anônima assada) - Eu imagino o porque da saudade. Mandou bem o tal de DI.

"fui almoçar..." (anônima que come) - agora é 00:23!!

"Feliz" (anônima feliz) - E o que eu tenho a ver com isto? Engula esta felicidade ao invés de dividí-la com os outros assim. Nem todos tem dinheiro, sexo todo dia e uma bolsa de estudos na Europa como você! (checado)

"ai meuu feriado :D :D :D" (anônimo egocêntrico) - Dele e de toda a população mundial.

"Aline, sei q eh dificil + fika triste naum oh... to aki pro que tu precisar te amoooooo. precisando eh so chamar oh ^^" (anônima solidária) - Aline, sei q eh difícil ouvir estas manifestações de apoio que não ajudam em nada quando se está na fossa, mas to aki pro que tu precisar: diversão, adrenalina, viagens e afins. Não te amooooo, mas também não te conheço. Precisando é só chamar, mas dependendo do caso... foda-se!

"Larga tudo e vem correndo... vem matar minha vontade... já faz tempo que eu to sofrendo... mereço um pouco de felicidade" (anônima carente desesperada) - Pra quem não conhece, este é um trecho de uma música sertaneja nos moldes "vou me matar" usadas na minha terra para estimular o alcolismo entre os jovens apaixonados, os cornos nao tratados e as carentes desesperadas, como neste caso.

"=)" (anônima feliz 2) - _I_

"O que tiver que ser, será... E o que eu sinto, não mudará!!" (anônima preparada) - Demonstra segurança perante ao futuro e perspectiva de constância nos seus sentimentos. Bobinha esta menina.

"Quem diria hein?" (anônima surpresa) - Pois é! Quem diria né. Se fudeu!

"(...)Não posso. É mais forte do que eu. Preciso te beijar. -Três metros acima do céu" (anônima carente desesperada 2) - Não pode se conter de tão safada? A coceirinha tá demais pra segurar? Será que é só beijar que você quer? Três metros acima do céu? Deve ser o local marcado. Algo como o quarto dela, no segundo andar de algum prédio. Vai saber...

"Deus eu te faço um pedido, mande um alívio a este coração que sofre..." (anônimo cardíaco) - Não precisa dele. Toma um Plavix que passa. "Ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado", se der tempo.

"55 minutos?" (anônima do tempo) - 34 minutos que eu saí do banho. E daí? Pois é!

"filme" (anônima no escurinho) - Pornô, com certeza! Eu imagino o que eu quiser. Não mandei por isto ai.

"o nao de Deus hoje é sempre o maior bem de amanha" (anônimo com fé) - "Fiado - hoje não, só amanhã!"

"A vida não é medida pelo número de respiração que damos, mas sim pelos momentos que nos fazem perder a respiração" - (anônimo simplista) - momentos que nos fazem perder a respiração... porra! não tenho nenhum momento mais significativo e exemplar do que a última bolada que levei no saco. Seria isto?

" 'O maior prazer da mulher inteligente é bancar a idiota diante de um idiota que se banca o inteligente' [72 dias]" (anônima inteligente) - 72 dias para voltar a ser inteligente? Penso que se nivelar a um idiota não seria algo inteligente. E ter prazer nisto, seria se afirmar como idiota.

"Os ventos que as vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo q aprendemos a amar" (anônima otimista) - "Algo"... seria uma sacola?

"A maior dor do vento é não ser colorido" (anônima autista) - Vento. Toma um Plavix também. Vai que melhora esta dor. "Ao persistirem os sintomas, o Oráculo deverá ser consultado". (Fico imaginando o vento sul amarelo de bolinhas pretas passando pela Ilha).

"Mulher sem peito, é igual calça jeans sem bolso, você não sabe onde por as mãos" (anônimo machista) - o nick dele: mulher feia é igual pantufa, em casa até da pra usar, mas sair com ela na rua... ninguém merece. Que maldade!

Ocuparia a página inteira do blog com mais exemplos exdrúxulos, mas minha chatice crônica não deixa. Finalizo com um exemplo ideal para acompanhar sua identificação no MSN:

"laranjasblog.blogspot.com" (Marcone Tavella) - ;)