O "Dog do Alvir", vulgo Vermelinho, localizado na escada nordeste da Praça Santos Dumont, apresenta mudança em seu único produto. Para quem esteve enchendo a cara nesta quinta-feira, no trote aos calouros de Engenharia de Produção, e recorreu ao famoso lanche para abrir ou fechar a noite, puderam conferir a alteração: o ketchup utilizado nos lanches não é mais batizado.
Esta sutil diferença é de fato quase imperceptível ao paladar humano. Porém, no campo das reações anormais que abalavam o sistema digestivo do indivíduo no dia posterior ao da ingestão, uma análise simples constata mudanças significativas. O desarranjo intestinal, tão comum quanto a ressaca, simplesmente não acontece. "Juro! Comi dois e nada daquela cagan... é... daquele desconforto que sempre acontecia", disse Paulinha, estudante do terceirão do Energia-Córrego Grande.
O Laranjas conversou com o hiperativo Alvir sobre a alteração do Doguinho de Deus, apelido dado pela Vigilância Sanitária.
L- Seu Alvir?
A- Já sei amigo, sem ervilha, sem tomate e sem cebola.
L- Não seu Alvir, não vou comer hoje. Vim saber o motivo da alteração no seu lanche.
A- Que alteração?! (desconfiado)
L- Ouvi dizer que o senhor tá utilizando um ketchup mais puro agora no dog. É verdade?
A- Mais puro? Só mudei de fornecedor. (mais desconfiado)
L- Você nega que o ketchup antigo era batizado?
A- Não sei do que o amigo tá falando. Próximo! Sem milho e sem ervilha...
Despistadas a parte... ficou claro que o condimento foi alterado. Apesar do fim do inconveniente mau estar, outra consequencia comum aos clientes do Vermelinho, intoxicação alimentar, mantém altos níveis de incidência chegando a alarmantes 13%. Um estudante morreu fatalmente ontem. Ele havia comido um Doguinho de Deus, com uma salsicha apenas. E sem milho! O nome foi preservado para que aumente os leitores da próxima edição do Zero, jornal laboratório do curso de jornalismo.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Doguinho de Deus e suas Vítimas
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
LARANJAS nas Olimpíadas: notícia exclusiva
Conversei com algumas fontes aqui em Pequim sobre o problema enfrentado por Fabiana Murer na final do salto com vara. Parece que o buraco é mais embaixo e há um membro da delegação brasileira envolvido no sumiço. Sob garantia de sigilo, essas fontes me afirmaram que Diego Hypólito, surtado após a queda na final do solo da ginástica artística, escondeu a vara da saltadora brasileira. Procurado pela reportagem do LARANJAS, Diego apenas respondeu "doeu muito, cara!" e chorou, chorou, chorou...
P.S.: Sério, até sumir uma vara de 4 metros de altura acontece com o Brasil. Quem nasce pra ser minhoca nunca chega a ser cobra. E que venha o Rio 2016!
domingo, 17 de agosto de 2008
LARANJAS nas Olimpíadas: Cielo é o cara!
César Cielo é o cara! Não pelo ouro ou pelo recorde olímpico, mas sim por não ter arregado. Como já falado alguns posts abaixo, o Brasil tem um histórico enorme de favoritos que dão papelão em Olimpíadas (aumentado hoje por Diego "Estou Treinando Há 4 Anos Pra Isso Mas Não Sei O Que Aconteceu" Hypólito), mas Cielo não quis saber de complexo de vira-latas: chamou o favoritismo pra si e arrebentou na final. Ganhou com autoridade, sem dar chance nenhuma para ninguém. Nada daquele discursinho loser de que "essas coisas podem acontecer no esporte" ou "dei meu melhor, mas hoje não era o dia". Queridão, se você treinou quatro anos para atingir o pico em um determinado dia, quando esse dia chega tem que estar pronto! Mas tudo bem, daqui a outros quatro anos tem os Jogos de Londres... Ah, e melhor ainda, em 2016 tem Olimpíadas no Rio de Janeiro... Poupem-me, vira-latas.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
LARANJAS nas Olimpíadas: Rapidinha 3
Hoje, nas finais do remo, a equipe da Geórgia ficou em sétimo lugar. Esse feito poderia ter sido ignorado pelo mundo ou mesmo pela torcida. Mas não foi isso que aconteceu. Os georgianos vibraram quando a equipe da Rússia chegou. Em oitava.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
LARANJAS nas Olimpíadas: Rapidinha 2
Hoje, a equipe de hipismo do Brasil se viu desfalcada de seu terceiro eqüino nesta Olimpíada. Dessa vez, foi a égua do Doda (que não era a Athina Onassis) que arregou. Aparentemente, existem cavalos vira-latas. Acho que essa nem Nélson Rodrigues poderia prever. O Dunga, enquanto isso, continua firme e forte, lamentavelmente.
LARANJAS nas Olimpíadas: Rapidinha 1
Daqui de Pequim, ouço falar que o slogan da Globo para o período olímpico é
"Globo, o nosso esporte é torcer pelo Brasil".
Por favor, respeitemos um minuto de silêncio em homenagem ao jornalismo esportivo imparcial e independente.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
LARANJAS nas Olimpíadas: entrevista com João Derly
Seguindo a tradição de amareladas históricas do Brasil em Jogos Olímpicos, o judoca bi-campeão mundial João Derly foi eliminado logo na primeira luta em Pequim. Ele se junta a um panteão de grandes borradas nas calças, como os times de futebol masculino de 96 e 2000, o time de vôlei feminino de 2004, Baloubet du Rouet em 2000, Adriana Behar e Shelda em 2000, Daiane dos Santos em 2004 e o glorioso Bimba também em 2004. O LARANJAS conseguiu uma entrevista exclusiva com o judoca gaúcho, onde tentamos expressar todo nosso sentimento pelo rapaz.
L: Que bosta, heinhô?!
JD: Pois é...
L: Pois é o caralho! Puta que pariu, bicho!
JD: O jeito é seguir em frente...
L: Não, cara, fodeu! Acabou!
JD: É, fodeu.
Mas sério... Falar o quê numa hora dessas?
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
LARANJAS nas Olimpíadas: os primeiros dias
O LARANJAS está nas Olimpíadas! Mantivemos o segredo para surpreender nossos 17 leitores, embora, no fundo, vocês evidentemente soubessem que não ficaríamos de fora dessa. Isso explica a absoluta ausência de posts nas últimas semanas. É verdade, não tem nada a ver com preguiça, abstinência alcoólica ou crises psicológicas; era só a preparação para os jogos mesmo. No entanto, nossa cobertura é pirata e, sendo assim, não teremos acesso a nenhum evento ou estrutura para jornalistas. Pelo menos não oficialmente.
O fato é que estou aqui desde quinta-feira, após a abertura do torneio de futebol. O primeiro dia foi dedicado a dar um jeito de entrar na China. Sem visto, sem passagem de volta e sem vergonha, restou-me apelar a um subterfúgio do qual não me orgulho em ser especialista: o suborno sexual. Para minha felicidade, a pessoa responsável por checar meus documentos foi uma adorável chinesinha. Fui paciente, carinhoso e gentil. Devo admitir, porém, que só fui descobrir que se tratava de uma mulher quando ela removeu as calças. Sabe como é esse pessoal oriental... Enfim, tudo em nome do jornalismo.
O LARANJAS, obviamente, não pode ser acessado na China. Nosso posicionamento crítico em relação ao uso ostensivo de arroz na culinária local nos colocou na lista negra do partidão.De qualquer forma, eu não tinha um puto para gastar na lan house estatal de Pequim, chamada Lan Lan. O único dinheiro que levei foram aquelas notinhas do China in Box que a gente usa para trocar por rolinhos primavera. A funcionária da lan house foi simpática e explicou que não poderia aceitar as notinhas, pois aquela promoção terminou em março. O que estava valendo agora, disse ela, eram a promoção das "raspadinhas chinesas". Espirituoso, fiz um comentário sobre a funcionária da imigração, mas a moça não achou graça e pediu que eu me retirasse. No fim das contas, só hoje consegui acesso à internet e ao LARANJAS, mas essa história fica para depois.
Após jantar escorpiões de rua (de rua mesmo, crus, não aquela turistagem bicha de escorpiões fritos), fui descobrir uma forma de participar da cerimônia de abertura. No escritório de recrutamento de voluntários, fui informado que restava apenas uma vaga para a equipe de acendimento da pira olímpica. Um trabalho glamouroso, que envolvia jogar carvão numa fornalha secreta por 18 horas seguidas. Infelizmente, o partidão tinha reservado essa vaga para algum monge tibetano. Provavelmente pela disciplina e calma características do Tibete. Fazer o quê?
(...) continua
terça-feira, 22 de julho de 2008
Aniversário de Prostíbulo é Pauta da Câmara Municipal de Florianópolis (SC)
A pedido do vereador Dalmo Deusdedit Meneses (PP), a "casa de massagem" "Scorpions" será homenageada, em sessão extraordinária desta quarta-feira (23/07), na Câmara Municipal de Florianópolis. "A empresa e sua equipe proporcionam momentos de descontração aos clientes", justificou o distinto vereador. Colocado em votação pelo presidente da Casa, vereador Ptolomeu Bittencourt Junior (DEM), o pedido foi aceito por unanimidade (a vereadora Ângela Albino (PCdoB) não estava presente na votação) após entrarem em consenso pelo voto secreto.
Frequentado por todo tipo de gente, principalmente por políticos, a "casa noturna" completa 11 anos de existência no próximo domingo, dia 27. Kita, proprietária da "Scorpions", não se surpreendeu com a iniciativa do estimado cliente. "Era o mínimo que ele e a nobre casa poderiam fazer pelos serviços prestados a comunidade", disse ao Laranjas a satisfeita tia Kita (como é conhecida por todos).
A homenagem está marcada para às 20:00 e não está aberta ao público. Uma van foi fretada para levar as meninas até a Câmara.
sábado, 19 de julho de 2008
Seção Presunto Fresco (nem tão Fresco): Dercy Gonçalves
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Marcinho, do flamengo, e Ronaldo Fenômeno, do mundo, encabeçam campanha visando a humanização da profissão de meretriz
Nesta quinta feira os craques anunciaram que os recentes escândalos foram só uma maneira de chamar a atenção da mídia para esta profissão mal remunerada e sem assistência social. Neste momento, alguns chefes das maiores lideranças brasileiras, ONGs, estão reunidos a fim de construir uma cartilha pela legalização da profissão e pelo direito e preservação do corpo e do intelecto das garotas de programa.
Alguns itens que devem compor a cartilha:
- Não é direito do consumidor reclamar seu dinheiro de volta após o consumo por quaisquer motivos.
- Não é permitido que jogadores de futebol se envolvam com garotas e programas em sítios longe da cidade.
- Não é permitido esconder o verdadeiro sexo ao cliente, mesmo que o mesmo seja claramente visível.
- Não é permitido manter este tipo de relação profissional em empreendimentos comerciais de terceiros, sem a apresentação prévia de autorização do proprietário autenticada em cartório.
- Não é permitido este tipo de negócio com menores de 18 anos, sem o consentimento dos responsáveis.
- Não é permitido este tipo de relação profissional com estrangeiros que não tenham vindo ao país a trabalho, ou que não tenham um roteiro pré-programado da sua estadia.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Editorial: Cansei de ser indie
(Esse post é apenas para fazer propaganda do meu outro brógui, o Música pra Ler, mas até que é gozadinho. E não estou sendo metafórico.)
Se você me perguntar, hoje, qual tipo de música eu mais escuto, responderei "rock indie" sem maiores ponderações. Não é porque é cool ou porque eu faço jornalismo, é porque eu gosto mesmo. Costumo dizer que o primeiro disco dos Strokes (Is this it, de 2001) salvou a minha vida musical de ser fadada a ater-se a rock feito antes de eu nascer e baladas pop. Gosto de ler blogs e colunas que me informem sobre as novidades indie, idolatro o NME, baixo muita música nova e escuto pra cacete aquelas que me agradam mais.
De vez em quando, porém, preciso de música com testosterona. Rock de macho. Sim, pois posso apontar dezenas de qualidades nas bandas indie, mas macheza em excesso não está entre elas. Basta ver as calças que os rapazes usam. O fato é que a distorção empregada nas guitarras por essas bandas não é o bastante. Volta e meio preciso estourar os falantes do meu carro com o Guns N Roses, o Queens of the Stone Age e, a maior de todas as bandas de bar, o AC/DC. Audioslave, Hellacopters e Velvet Revolver também tiveram sua fase.
Além da distorção, há várias outras diferenças menos óbvias entre as vertentes indie e hard. Em termos de temática, tomemos o primeiro disco do Guns (Appetite for destruction, 1987) como exemplo: é basicamente sexo, drogas e rock n roll. Excessivamente machista e misógino, o disco tinha na capa uma prostituta sendo estuprada por um robô e, na última faixa, uma gravação real de Axl Rose fazendo sexo com a namorada do batera Steven Adler. Quer mais? Leia a letra de "Anything goes", então e pergunte-se: quem precisa de metáforas no rock n roll?
Os indies, por outro lado, costumam ter uma abordagem mais loser em relação às mulheres. Sentimentos de inadequação em boates, insegurança para manter uma garota, romantizações em excesso, figuras de linguagem, enfim, tudo o que o Kid Abelha já fazia no começo dos anos 80. Drogas? Maconha, no máximo, e ainda de forma glamourizada. Nada de reclamar que o seu traficante estava te enrolando com a remessa semanal de heroína que mantinha a banda na estrada, como fazem os hard rockers.
Essas diferenças vêm principalmente das influências das bandas. Os indies beberam muito da geração pós-punk new wave dos anos 80 e do próprio punk, mas da vertente dos Ramones, que viria a gerar o emocore dos anos 90. Ou seja, uma turminha de perdedores deprimidos que não comiam ninguém. Os hard rockers, por outro lado, bebem do ritmo mais sacana já inventado, o blues, e também do punk, mas da vertente dos Sex Pistols, que viria a gerar o hardcore já nos anos 80. Ou seja, um pessoalzinho pervertido que gostava de bebidas vagabundas e de vagabundas bêbadas, pardon my french.
Tudo isso se reflete diretamente no som e nas letras. Os hard rockers não têm muito tempo pra ler ou estudar com tanto sexo, drogas e bebidas para passar o tempo, então acabam fazendo um som mais sujo, cru, direto e, para groupies em geral, sexy. Os indies acabam sendo melhores na exploração ritmica e nas letras, mais metafóricas e simpáticas. Ou você imagina uma banda indie lançando uma canção como "Make it wit chu", do Queens of the Stone Age? Nem sonhando. Cada estilo tem seu valor, é bom que se diga. Às vezes, porém, esse negócio de indie cansa e tenho que voltar-me para a ignorância de uma distorção no máximo e o volume no 11. Rock de macho. E não estou sendo metafórico.
terça-feira, 8 de julho de 2008
John O´Neill é o primeiro homem a dar nu a volta ao mundo
Nesta segunda feira John O´Neill conseguiu a maior façanha histórica da Irlanda desde a guerra santa e de U2. Este irlandês de 25 anos deu sozinho à volta ao mundo completamente sem roupas. Isso sem nenhum tostão furado nos bolsos.
“A maior dificuldade foi atravessar a Sibéria. Não por causa do frio, mas por causa dos pingüins. Aquelas aves malditas não me deixavam em paz. Parece que nunca tiveram atenção”. Como veio ao mundo, o percurso de John durou apenas 187 dias. “Era engraçado quando eu pedia carona. Algumas senhoras com aliança pareciam nem se importar com aquele meu estado”.
Margarida Florência, uma moça que deu carona a John durante sua rota pela Espanha confessou que “seria muito mais estranho para mim se ele entrasse no carro de saia”. Agora, muitos adolescentes que cansaram das modinhas atuais resolverem aderir à filosofia de atravessar o mundo pelado. Já são 187 adolescentes que estão percorrendo juntos as estradas da Bélgica. Porém algum oportunista no meio deles está com um cartaz com os dizeres: “Todo mundo pelado contra o aquecimento global”.
terça-feira, 1 de julho de 2008
LARANJAS apresenta outras leis destinadas aos fracasso
- Proibido o consumo de maconha em festas universitárias, principalmente nos campi de instituições federais.
- Proibido o consumo de cocaína nas festas da grã-finagem.
- Proibido o uso de perebas em times de futebol brasileiros.
- Proibido o uso de grosserias e demonstrações de recalque por parte do técnico da seleção brasileira em entrevistas coletivas.
- Proibido o uso das palavras "amor", "você" e "querer" (e todas as suas derivadas) juntas numa mesma canção de pagode;
- Proibido o uso de vocalistas iconoclastas em bandas indie.
- Proibida a formação de bandas de reggae em Florianópolis.
- Proibida a entrada de meninas menores de idade no El Divino Lounge.
- Proibida a entrada de balzacas no John Bull.
- Proibido o uso dos números 51 e 69 para designar membros (idiotas) de equipes de olimpíadas escolares.
- Proibida a publicação de dissertações de mestrado e teses de doutorado que não serão lidas por ninguém fora do círculo acadêmico.
- Proibida a publicação de jornais experimentais que não serão lidos por ninguém fora do círculo universitário.
- Proibida a criação de blogs que não serão lidos por ninguém fora do círculo de amizades dos autores.
- Proibido o surgimento de escândalos envolvendo pessoas ligadas ao PT.
- Proibido o consumo de bebidas alcóolicas no gabinete da presidência da república.
- Proibido o consumo de mulheres no gabinete da presidência da república caso o Aécio seja eleito.
- Proibida a adesão do PMDB a qualquer forma de governo vigente.
- Proibido puta gozar, cafetão ter ciúme, traficante ser viciado e pobre ser de direita.
- Proibida a realização de filmes franceses sem alguém pelado.
- Proibida a realização de filmes brasileiros que não visem o lucro e que se paguem com dinheiro público.
- Proibida a criação de cursos universitários federais que formem profissionais sem perspectivas financeiras e conseqüentemente recolhimento de tributos, como cinema, sociologia e jornalismo.
e, mais importante
- Proibida a publicação de listas em blogs que tentem mascarar, sem sucesso, que o autor está completamente sem criatividade para escrever humor.
Laranja: Bruno Volpato às 21:48 4 espremida(s)
Seções: Bruno, Cinema, Esporte, Florianópolis, Música, Política, UFSC
quinta-feira, 26 de junho de 2008
"Casa do Pedrinho" está aberta à visitação em Florianópolis
Se o seu filho também queria fazer cocô na casa do Pedrinho, chegou a chance dele realizar este sonho. O show-room itinerante da Glade está montado na praça de eventos do Beira-Mar Shopping, de hoje até o dia 10 de julho. Lá a criançada poderá fazer uso de um simulador do famoso banheiro do Pedrinho, experimentando o poder de atuação do produto Glade Toque de Frescor, que com apenas um toque elimina os maus odores, deixando um cheirinho agradável no ar. Atores mirins se revezarão no papel de Pedrinho, permanecendo no simulador para explicar as vantagens do produto enquanto a criança faz cocô, criando uma atmosfera agradável e receptiva. O papai e a mamãe ficam do lado de fora, onde já podem comprar algumas caixas do produto para colocar nos banheiros de casa, incluindo o lavabo e o banheiro da empregada, pois Glade Toque de Frescor não discrimina nenhum tipo de cocô. Ele é ideal também para presentear os amigos, que lembrarão de você toda a vez que forem evacuar. O LARANJAS foi convidado para a sessão exclusiva de lançamento dedicada a imprensa e pôde comprovar a eficácia do produto, garantindo a seus leitores que Glade Toque de Frescor venceu o desafio de perfumar o banheiro após termos almoçado lingüiça com feijão no R.U.. Lamentavelmente, no momento do nosso teste, o produto não agiu a tempo de salvar o garoto que interpretava Pedrinho no simulador, que acabou não resistindo e sofrendo uma parada cardio-respiratória, vindo a falecer. No entanto, logo depois do corpo ser retirado, percebemos o prometido cheirinho agradável no ar. Vale a pena visitar o show-room, que agora conta com uma ambulância a postos, para evitar esse tipo de constrangimento ao qual o LARANJAS foi exposto.
(Não entendeu? Clique aqui.)
terça-feira, 17 de junho de 2008
FENAJ anuncia novo prêmio anual
A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), órgão que representa a classe no Brasil, anunciou hoje a criação de um novo prêmio a ser entregue anualmente, o Troféu Cacau Menezes. Será contemplado o colunista ou articulista que demonstrar maior incoerência em relação ao restante do conteúdo editorial da publicação em que escreve, no período de um ano. A cerimônia terá local no El Divino Beach e contará com o próprio Cacau como DJ, com as músicas mais tocadas em Ibiza no verão europeu. O troféu terá a forma de um globo terrestre, mas com uma foto do contemplado ocupando toda a superfície do mundinho.
A FENAJ explicou que Cacau foi escolhido para nomear o prêmio graças à sua constante mania de simplesmente ignorar as campanhas promovidas pela RBS e o alinhamento editorial do Diário Catarinense, por motivos banais e que vão totalmente contra o bom-senso. São citadas como exemplo a insistência do colunista em reclamar dos pardais da cidade de Florianópolis e do limite baixo de álcool que motoristas podem tomar, enquanto todo o grupo do qual é funcionário encampa a campanha pela paz no trânsito. A farra-do-boi, sempre denunciada nos veículos da empresa gaúcha, também ganha um tratamento estranho do jornalista mais lido de Santa Catarina, já que ele prefere apontar o nosso estado como vítima de preconceito graças ao protesto de "haoles", principalmente paulistas e, ironicamente, gaúchos, contra a farra.
Cacau foi procurado pela reportagem do LARANJAS para comentar a honraria, mas disse que estava ocupado demais marcando um amistoso do Beijo contra seleção brasileira. Ou isso ou a ida do Ronaldinho para a excursão na Jamaica. Algo assim.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Editorial: O LARANJAS ainda não morreu
Em consideração aos milhares de leitores que mandaram e-mails para a redação reclamando da seca de posts do blog, achamos que seria bom esclarecer: o LARANJAS ainda não morreu. Ainda. Estamos reavaliando o direcionamento do conteúdo, pois nos últimos meses vínhamos escrevendo textos altamente pessoais e/ou apenas opinativos, o que não era o objetivo inicial do blog. No entanto, é isso que a gente gosta de escrever, então a tendência é que redirecionemos nossos esforços para blogs pessoais. Eu tenho o meu antigo e estou criando um novo com crônicas e contos baseados em músicas; o Rafa fundou um novo há pouco tempo; e o Marcone, sei lá, vai fundar um blog só com podcasts, porque ele é gosta é de rádio.
O fato é que isso deveria ser um blog de humor e estava virando diário de adolescente. Não que sejamos muito engraçados, mas já fomos bem melhores. Então, tentaremos botar ordem na casa, postando apenas notícias falsas e nonsense ou fechando o negócio de vez. Por enquanto, o LARANJAS segue vivo. E vamos fazer um esforçopra não puxar o plug de vez.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Seção Presunto Fresco: Yves Saint-Laurent
Você já usou ou conhece alguém que já usou alguma roupa desenhada pelo recém-falecido estilista francês Yves Saint-Laurent? Pois é, nem eu.
domingo, 1 de junho de 2008
Junho, mês dos namorados!
Hoje começa a maior saga das meninas brasileiras no inverno, arranjar um namorado para ganhar presente no dia 12. Louis Vuitton, Prada, Colcci ou Rosa Chá, qualquer uma destas marcas serve. Claro, por que o que importa mesmo é a intenção.
Em contrapartida os homens buscam uma parceira devido ao fato de estarem fadigados demais com o verão para malharem no frio de junho. A barriguinha cresce e nós pomos a culpa na cerveja. Doce ilusão. Doce inverno.
É isso. O shopping, que finalmente, com o término do verão, poderá desligar o ar-condicionado de 12 mil wats de potência hora e economizar 15 mil reais mensais com energia, é o melhor lugar para os dois se encontrarem. É para ele por que mesmo barrigudinho pode mostrar que tem dinheiro para bancar as necessidades da pretendente. Claro, por que uma ida ao shopping, considerando que você consuma algo, não sai por menos de 40 reais. Ideal para ela, que pode ficar insinuando “olha que bolsa linda essa ali da Louis Vuitton, pena que é muito cara, e nunca vou poder comprar”. E o namoradão, crente que ela só está fazendo sua função de mulher de admirar as vitrines nem nota sua indireta, afinal ele nem tem em mente quando é o dia dos namorados.
Esse jeito “homem de ser” deve irritar muito as mulheres. Claro por que elas, em questão de datas, são super programadas. Sabem o que querem ganhar até no trigésimo aniversário de casamento. Isso tudo escrito no seu diário secreto guardado debaixo do travesseiro, e várias vezes acidentalmente enviado para a caixa de correio de seu namorado. Algumas delas, por odiarem tanto esse jeito do homem acabam desviando sua conduta sexual, e começam a se relacionarem com outras mulheres.
No dia onze então a menina solta a indireta, para se certificar que ele não irá esquecer do presente. “Amor, o que a gente vai fazer, amanhã, no dia dos namorados”. O cara percebe sua falha e promete uma surpresa, por que afinal, será uma surpresa até mesmo para ele. Ele a deixa em casa as nove da noite para ter certeza que ainda dê tempo de passar na CenterSom e comprar um cd daquela cantora que ela adora tanto. Aquela uma a... qual é mesmo? O jeito é levar um “cd presente’.
Mas no caminho de casa o sujeito se lembra daquela vez em 1997 em que sua avó lhe deu um cd e a única coisa que ele conseguiu foi ter que ouvir repetidamente por um ano a música “Heloísa - Mexe a cadeira” do Vinni. Ah, um horror. Cd não serve.
Ele então vai novamente ao shopping, tentar comprar um perfume ou qualquer coisa que sirva para não ter que ficar ouvindo sermões no outro dia. A única loja aberta aquele horário é a loja de lembrancinhas. “Claro, melhor uma lembrancinha do que nada”. Mas a indignação é tanta ao ver o preço das tais lembrancinhas que ele decide dar o cd mesmo. Se o amor for verdadeiro ela vai aceitar assim como ele aceitou por educação o presente de sua avó. Doce ilusão. Doce inverno.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Rato não, camundongo!
“Mas amor, é só um rato”.
Sei que falar isso não foi muito inteligente, porque defender um rato quando seu futuro está em jogo, é algo a se considerar algumas vezes antes de se fazer. Acho que foi uma das últimas frases que disse para aquela mulher. Parece também que ela me respondeu algo como “Chegar em casa bêbado em casa toda noite, eu posso suportar. Agora, trazer um rato para casa e o chamar de filho é a gota d´agua”. Tive que abandonar meu lar.“Toma essa coisa nojenta, seu animal”.
Saí ,então, com o “Gota d´agua”. Não entendia como ela podia ter raiva daquele bicho tão querido e simpático. Sentei ao lado de uma poça de lama, esperando que a resposta caísse do céu para mim. Choveu. Gota d´agua começou a rosnar de frio em sua gaiola. Não podia deixar ele ali, chorando. Caminhei com ele até o parque, e nos abrigamos embaixo da figueira central.Estava ali, refletindo. Aquela mulher me odiava, e eu nem a menos sabia o motivo real. Que eu fosse um cafajeste? Sim, mas e daí? Que eu fazia pouco caso de seus sentimentos? Sim, mas e daí? Que eu queria tirar a idéia dela de ter um filho, lhe dando um animal de estimação? Sim, mas e daí?
E daí, que eu fui expulso de casa. E daí, que estava com frio. E daí, que meu melhor amigo era um rato. É, pensando bem minha vida estava uma pequena bosta. Uma grande bosta para falar a verdade. Alias, uma tremenda bosta, porque Gota d´agua tinha acabado de fugir. Saí a sua procura, e para meu espanto, pela primeira vez na vida eu pensei. Sabe, é aquilo quando você fala algo de útil para si mesmo. Algumas pessoas sempre haviam me dito que não conseguiam parar de pensar am alguma coisa que as aflingia. Eu nunca havia as entendido.
Que bom, já sabia o rumo que tomaria da minha vida. Que bom, que bom.Retornei a minha casa, acordei minha mulher, disse que a amava, que me perdoasse e que me amasse novamente. Nisso, meu chefe Ricardo me enxeu de porrada, e eu virei um rato. Rato não, camundongo.
terça-feira, 27 de maio de 2008
Guia LARANJAS de Picaretagem Cultural - Cinema
O LARANJAS inaugura sua nova seção de auto-ajuda, que fará com que você se saia melhor em debates culturais, através da mais popular das formas de arte: os filmes. A sétima-arte é importante na busca de afinidade com outros seres humanos e também uma válida aliada na arte de se mostrar superior culturalmente. Há pessoas que consideram isso uma forma de sedução. Assim, você também pode se interessar por nosso guia no campo dos relacionamentos, já que as películas fazer parte da vida de qualquer casal, desde aquele cineminha empolgante do começo até as pilhas de DVD dos insuportáveis fins-de-semana quando tudo já caiu na rotina. Talvez, ao demonstrar ser um entendido, você quebre paradigmas e consiga convencer a sua gatinha a assistir com você a um filme pornô que tenha boa fotografia e direção de arte.
O ponto aqui não é de fato entender, mas se fazer passar por um expert. Antes de mais nada, portanto, é importante lembrar que você deve limitar suas opiniões cinematográficas a pessoas mais ignorantes que você. Evite pessoas que verdadeiramente entendam do assunto ou que se demonstrem viciadas, perguntando ao interlocutor a sua lista de cinco filmes preferidos; se o sujeito se recusar a responder, temendo cometer injustiças ou ativar o seu desprezo, é porque tem uma relação doentia com o cinema e entende muito mais que você. Por outro lado, pessoas que indicarem animações, filmes de ação e comédias pastelão são um excelente alvo.
A primeira dica que o LARANJAS dá é a seguinte: em geral, ninguém sabe bem qual é o papel de um diretor na realização de um filme. Roteirista, ok. Ator, óbvio. Diretor, porém, é um ente misterioso. Portanto, se você demonstrar que conhece diretores, impressiona os incautos. Tenha um diretor favorito, não importa qual seja. Seria interessante que você soubesse um ou dois filmes feitos pelo cara, mas não é essencial: quando perguntado sobre qual filme você indicaria, responda "todos, acho impossível avaliar a obra dele sem contemplá-la por inteiro". Muitos diretores têm caixinhas de DVD que geralmente estão em promoção nas lojas do ramo; vale a pena comprar e deixar na estante, pois lhe dará credibilidade e causará uma boa impressão em potenciais conquistas, além de servirem como bons apoios para os livros que você também não leu. Por fim, sempre trate seu diretor preferido apenas pelo sobrenome: Scorsese, Coppola, Tarantino, Spielberg, Kubrick, etc. A única exceção é Woody Allen, a quem você pode se referir carinhosamente como "aquele pederastinha", a fim de denotar intimidade e impressionar ainda mais.
Fellini, Bertolucci e Antonioni. Godard, Truffaut e Vadim. Herzog e Wenders. Almodóvar. Itália. França. Alemanha. Espanha. Cinema europeu é um terreno espinhoso, mas não para quem pretende falar apenas com pessoas comuns. E pessoas comuns não vêem filmes europeus. Nós simplesmente não entendemos os diálogos filosóficos, os pêlos pubianos e o uso pouco ortodoxo de tabletes de manteiga como elementos relevantes no roteiro. Assim, é um terreno válido pra você falar rigorosamente qualquer coisa, pois há uma probabilidade de 96% de seu interlocutor nunca ter visto um filme feito fora dos Estados Unidos. Talvez tenha visto, no máximo, um filme do Almodóvar, mas ou ele dormiu no meio ou achou coisa de viado. Aliás, definir cinema europeu como um todo como "coisa de viado" também é interessante, até porque é verdade. No mais, decore alguns dos nomes que abrem esse parágrafo. São diretores. Cite-os e ponto final. Se quiser, diga que são "profundamente chatos e entendiantes, mas muito interessantes". Sua vítima não vai entender nada e concluirá que você é um sujeito com uma densidade de pensamento invejável.
Por fim, tenha opiniões preconceituosas e contundentes. Ser polêmico, para pessoas mais rasas, é sinônimo de ser inteligente. O ideal é que seus comentários beirem o cult, como "não vejo filme nacional porque se eu quisesse ver pobre sofrendo ficava em casa vendo a empregada lavar a minha privada". Ou "não vejo filme indiano por questões higiênicas". Um "ultimamente larguei o cinema convencional e tenho visto apenas pornografia lésbica, porque gosto dos enquadramentos mas não curto ver rolas no meu telão de plasma", dito de forma séria e num ambiente receptivo, pode ser surpreendentemente positivo. Talvez até convença a sua gatinha a uma sessãozinha a dois.
domingo, 25 de maio de 2008
Homem tenta fugir de polícia carregando uma perna de boi!
Ontem, quarta feira, dia 7 de maio de 2008, após assaltar um açougue na região do largo da Freguesia, um homem identificado pela polícia como sendo Daniel Nunes da Silva foi preso tentando fugir com uma perna de boi. Ele foi detido em meio aos risos dos taxistas e dos pedestres que estavam na região.
O assalto ocorreu às dez horas da manhã. Três homens renderam os funcionários do açougue. Dois deles ficaram responsáveis por pegar todo o dinheiro do caixa, enquanto Daniel deveria cuidar dos reféns. Mas ele acabou se distraindo com alguns itens do balcão, e enquanto ele roubava as carnes, os reféns aproveitaram para chamar a polícia, que fazia plantão em um Banco próximo ao açougue. Dois sujeitos não identificados correram para a Cidade de Deus, enquanto Daniel ficou para trás, com a perna do animal.
Em relatório oficial, a polícia disse à imprensa que eles levavam o meliante para a delegacia e de repente “ele rompeu o porta do camburão em que estava sendo transportado e sumiu”. Eles só foram perceber que o assaltante havia desaparecido quando chegaram à delegacia e o dono do açougue, Carlos Henrique de Oliveira, tentou registrar a queixa. Uma testemunha que prefere não ser identificada disse que viu “um homem saltando do camburão da polícia, mas não quis acreditar no que via. Nunca imaginei que alguém realmente pudesse fugir de dentro de um camburão. Depois o vi correndo em direção da Cidade de Deus, ou da Barra, não sei bem”.
Algumas testemunhas foram levadas à delegacia para fazerem um retrato falado, que ficará pronto até amanhã, quando começam as buscas na Cidade de Deus e Barra da Tijuca. Além disto, foi encontrado um carro no local do assalto, mas o dono dele ainda não foi identificado. A polícia acredita que ele tenha alguma ligação com os assaltantes.
Esta é a terceira vez que o açougue é assaltado desde sua fundação em 2002. Em entrevista Carlos Henrique confessou que nunca tinha visto “em toda a vida uma situação tão inusitada. Parece até piada”. O resultado do assalto foi um saldo negativo de 850 reais roubado do caixa, uma perna de boi e os danos causados a estrutura do estabelecimento, que ainda não foram contabilizados.
Esta não é a primeira vez que alguém foge com um item inusitado de um açougue. Em 2005, aconteceu nos Estados Unidos algo parecido. Na pacata cidade de Houston no Texas um jovem americano, chamado John O´Neill, invadiu um açougue e fez os funcionários reféns por 14 horas. Depois obrigou os funcionários a lhe cortarem 12 quilos de filé mignon. Ao tentar fugir em sua caminhonete ele foi perseguido por policiais durante trinta minutos, invadiu uma escola do ensino fundamental, ligou para sua ex-namorada e se suicidou com a arma do crime, um revólver calibre 32. Um final um pouco mais trágico do que seu colega brasileiro.
Notícia baseada na página 369 do livro Cidade de Deus de Paulo Lins
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Anedota Infame!
- Lembra do Mário?
- Qual Mário?
- Aquele, do joguinho!
- É, ele existe.
- Sim, e é encanador.
- Um encanador? Espera aí, que eu já pego o número.
- A Cláudia estava precisando de um encanador?
- A Cláudia estava querendo um encanador?
- A Cláudia está tendo um caso com um encanador?
- Ele se chama Mário?
- Mário, que Mário?
- Ah, aquele Mário.
- Armário?
- Sim, sim. Tão dizendo por aí que a Cláudinha comprou um armário.
- A Cláudinha comprou um armário?
- Sim, me falaram que foram em 15 prestações.
- E teve que dividir em prestações?
- Ela deve estar precisando de dinheiro.
- A turma está fazendo uma vaquinha. Você deseja contribuir?
- É, parece que ela atrasou o pagamento do pessoal. Tão até chamando ela de vaquinha.
- Coitada. Atrasou.
- É, então. Tadinha. Atrasada em 3 prestações.
- Ela está atrasada em 3 prestações?
- Ela está atrasada com o pagamento?
- Ela está atrasada?
- Ela está grávida?
- Falaram que a criança tem pai.
- Tem pai, mas ele está por aí.
- Tem pai, mas ele nem sabe ainda.
- Tem pai, e ele é trabalhador.
- Tem pai, e ele é encanador.
- Eu vou ser pai?
- E daí que você vai ser pai? A Claudinha está precisando de um trabalho urgente.
- Eu vou ser mãe?
- Pai, lembra do Mário?
- Que Mário? Ah! Aquele Mário.
domingo, 18 de maio de 2008
Seção Presunto Fresco: Zélia Gattai
Você consegue citar, de cabeça, um livro escrito pela recém falecida escritora baiana Zélia Gattai? Pois é, nem eu.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Novelaranjas: "A gênese de um cafa" (Capítulo IV)
Capítulo I ; Capítulo II ; Capítulo III
Para ler ouvindo: Kid Abelha - A fórmula do amor
- Há situações em que o produto é até bom, mas a empresa não sabe vendê-lo. Geralmente é um problema nos canais de comunicação com o público, ou mesmo definição errada desse público.
Olha, não é que se pode aprender algo de útil na faculdade?
- E outra coisa: de repente pode ser interessante que você entre com um preço de penetração de mercado, ou seja, venda seu produto um pouco mais barato para que ele comece a circular. Já ouviu aquela história de que uma criança só quer um brinquedo que o amiguinho já tem? É mais ou menos por aí.
Alguém já deve ter escrito um livro de auto-ajuda aplicando ferramentas de marketing para a sedução. Deve se chamar "Jesus, o maior pegador que já existiu" ou "120 estratégias de marketing das pessoas sexualmente felizes".
- Mas tu não disse ainda, garoto, qual produto que tu queres vender?
Dei um migué no meu professor de marketing. Eu queria vender o meu corpo, mas disse pra ele que queria vender a minha alma. Ele riu. No fundo, era verdade. Queria me transformar em algo que era contra a minha essência, que era de ser um cara que respeitava as mulheres. Mais tarde eu descobriria que não precisava deixar de ser esse cara, apenas precisava que ele aparecesse nas horas certas.
Enquanto isso, eu queria aprender mais. Comecei a freqüentar, então, lugares pródigos em coroas, que não têm muito tempo a perder. Aqueles mesmo. Isso, esses aí. E elas gostavam de mim. Devia ser o letreiro luminoso na minha testa que dizia "semi-virgem". Eu pensava que coroas guerreiras teriam um instinto maternal aguçado, que deveriam querer ensinar algumas coisas pra caras mais novos como eu. Ledo engano. O que mais rolava eram coisas na base do "deita aí e não me atrapalha". Algumas delas chegaram a dizer literalmente isso. Não deu pra aprender muita coisa. O lado bom é que eu geralmente ganhava um lanchinho gostoso na cozinha das coroas. Era o tal instinto maternal que eu imaginava.
Outra coisa boa desses lugares (aqueles mesmo), é que conhecidos meus também os freqüentavam. E a minha taxa de sucesso era consideravelmente maior que a deles, decerto por causa do letreiro. Impressionados, esses caras, que estudavam Administração na UFSC comigo, começaram a me chamar para outras baladas, freqüentadas por pessoas da nossa faixa etária. E, claro, por meninas que estavam Administração na UFSC comigo.
Elas me atraíam como velas às mariposas. Um desejo suicida. Eu tinha uma necessidade brutal de pegar uma delas. Normal, todo mundo quer participar do placar secreto, aquele que todo mundo conhece, que rola internamente nos cursos de uma universidade. O meu caso era ainda mais justificável: eu queria abrir a minha contagem. Foda é que eu não conseguia de forma alguma. Eu ficava de papinho, queridão, até algum canalha notório do curso resolver em poucos minutos o que eu levava horas para não conseguir. Minha reação oscilava entre a pura revolta e a consternação, mas sempre envolvia muito álcool. E, às vezes, bêbado a gente observa as coisas com mais clareza. Numa dessas noites, comentei que os caras deviam entender mais de marketing que eu. Belo insight, garotão. Era exatamente isso.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Uma Novidade da "Séria" Central Globo de Jornalismo
Após reconhecer, tardiamente, a capacidade que os telejornais da emissora possuem em produzir famosos, a cúpula da Central Globo de Jornalismo se reuniu ontem, após o Jornal Nacional, com o objetivo de tomar alguma medida para seguir nesta linha com mais profissionalismo. Depois de 23'38" de reunião o que ficou decidido entre o diretor responsável Carlos Henrique Schroder, o diretor executivo Ali Kamel e mais uns três ou quatro que eu não reconheci, por ter faltado a última reunião de cúpula, é um tanto surpreendente...
Até sábado, será anunciada a contratação de Nelson Rubens, da RedeTV! Isto mesmo! O maior especialista da televisão brasileira, em famosos, se junta a equipe de jornalistas da emissora carioca com a função de pinçar, no vasto material produzido todos os dias, algo que possa tirar do anonimato pais assassinos, padres voadores, jogadores confusos, travestis arrependidas, entre outros personagens do cotidiano brasileiro. O maior problema constatado já nesta reunião decisiva foi a questão de onde encaixar o fofoqueiro na programação imutável da Rede Globo. A reportagem do Laranjas passou pelos telejornais, inclusive pela revista semanal, o Fantástico, para saber a reação dos novos colegas em relação a novidade.
No Bom dia Brasil, chegamos um pouco atrasados, mas encontramos Renato Machado babando na Renata Vasconcellos. Perguntado sobre a novidade, Renato não esboçou reação alguma, apesar de ter parado de babar. "Vai acabar vindo pro Bom dia Brasil. Já to acostumado. Todo dia chega um novo na redação. É o telejornal mais democrático da casa. Tem a Miriam Leitão, monstra da economia, aliás em todos os sentidos, que não deve dormir e por isto foi parar num jornal tão cedo. Tem também o Alexandre Garcia, que até pouco tempo era só o step da Globo e resolveram encaixar ele como o Jabor da manhã e... ah! Tem mais. Além do Tadeu Schmidt com seus comentários oportunos e engraçadinhos agora tenho que aguentar o Noronha, que é alguém que tava passando na frente do Projac tranquilo e foi convidado a comentar futebol... é... mas do que a gente tava falando mesmo, meu filho? Ah sim, do Nelson Rubens. Então, acho que é isto". Ficamos meio sem jeito de continuar a entrevista, pois era visível a necessidade de ficar a sós que os dois demonstravam. Seguimos...
Ligamos às 8:30 para o dinossauro Cid Moreira. Eis sua resposta sobre a vinda de Nelson Rubens. "Olha, depois de apresentar o Jornal Nacional de bermudas, interpretar um texto de Leonel Brizola, gravar horas e horas a Bíblia Sagrada e ver mágicas seculares serem desmascaradas pelo mascarado (risos), eu não duvido de mais nada. Menos desta informação que o senhor está me dando. Não é possível". Tentamos convencer o esclerosado de trocadilhos infelizes, mas acabamos pegando no sono com a sua voz hipnotizante.
Mais tarde, no Jornal Hoje, o jovem Evaristo Costa, sucessor eterno de Carlos Nascimento, disse que o jornal em questão tem pouco espaço na programação e só serve como ponte para o Vídeo Show. Segundo ele, encaixar o Nelson Rubens no JH tiraria a expectativa da grande massa em relação ao programa inútil seguinte, pois ele trataria dos mesmos assuntos, além de reduzir o tempo de almoço dos cidadãos brasileiros, que é a função mor cumprida pelo Jornal Hoje, na programação global. Achamos coerente e prosseguimos.
Chegamos na redação na primeira chamada ao vivo entre-novelas do Jornal Nacional. Willian Bonner e Fátima Bernardes não se olhavam. Aproveitando a possível briguinha do casal já chegamos de sola no perfeitinho:
Laranjas - Qual a importância da Fátima no JN?
Bonner - É... - olhou ela meio sem graça e disse meio sem prestar atenção nas palavras - Ela é a mulher do programa. Não, quero dizer... ela é muito importante, pois participa de toda a produção, é perfeita nas edições, cuida bem das crianças, ops... É...
Laranjas - E você trocaria ela pelo Nelson Rubens?
Bonner - Na apresentação do Jornal você tá dizendo, né? (L -urrum) Eu considero ele um bom jornalista, mas na área dele. Acho que o quadro de jornalistas da Globo já é bastante saturado e restringe ainda mais quando o assunto é apresentação - uma olhada pra Fátima, que de braços cruzados batia o pé ligeiramente no chão - apesar de considerar a Fátima insubstituível, claro.
Laranjas - Inclusive no casamento?
Bonner - ... (silêncio) - Neste momento, Fátima Bernardes seguiu em direção a sala da redação enfurecida proferindo palavras chulas inimagináveis em ser tão perfeitinho.
Laranjas - Você sabia que o Nelson Rubens é o novo contratado da Globo e vai ser encaixado em algum telejornal para desenvolver a capacidade de produzir famosos através de noticiários?
Bonner - O quê?!
Laranjas - Sim. E cogitam a hipótese dele vir a substituir sua excelentíssima esposa.
Bonner - Com licença, por favor. Boa noite!
Willian Bonner saiu rapidamente em direção a sala. Da discussão ouvimos apenas algo envolvendo Galvão Bueno e cobertura da última copa. Porém, saimos satisfeitos por receber um "Boa noite!" exclusivo do perfeitinho.
Antes do Jornal da Globo, ligamos para o apresentador do Globo Repórter, Sérgio Chapelin, para saber o que ele acha sobre a contratação de Nelson Rubens. "Boa noite! Pernilongos, borrachudos, mosca varejeira. No programa de hoje você vai conhecer o mundo destes excêntricos representantes da fauna brasileira. Na verdade, você não vai conhecer nada, pois isto é uma secretária eletrônica personalizada. Deixe seu recado após a vinheta de abertura". Esperamos toda a música, mas ele não atendeu a nossa reportagem.
Ligamos ainda para o que, dentre os telejornais, mais produz famosos por edição graças as notícias, entrevistas e shows da vida real. Representando o Fantástico, Zeca Camargo nos atendeu educadamente ao telefone. Disse que não se importava com a nova contratação e que o Fantástico estaria de portas abertas para ele. "Quem sabe um novo quadro? Ou no próprio 'Central de Boatos'... quem sabe o Kubrusly não leva ele junto pelo Brasil. Nossa! Fiquei entusiasmado com esta notícia. Qual é o seu nome, mesmo?". Inesperadamente a ligação caiu. Mas íamos sugerir mais um quadro para o Fantástico. "Entrevista ensaiada", com Patrícia Poeta (a mulher que desbancou a funkeira, Glória Maria).
Já exausto e sem saber o porquê daquela iniciativa chegamos a redação do Jornal da Globo. William Waack, com sua expressão de moribundo e coitado, tomava café tranquilo a espera do final da novela. Ao saber da novidade ele mudou toda a expressão de moribundo e coitado e se pôs surpreso. Depois voltou a expressão de moribundo e coitado, coitado.
Laranjas - William Mer... ops! William Waack. Renato Machado foi a favor da vinda dele, Evaristo Costa, argumentou contra, o Bonner, disse que tanto faz. Enfim, qual é a sua opinião?
Mer... - Acho que o Jornal da Globo já está no limite de comentaristas. Acho que a medida a ser tomada seria contratar de volta a Ana Paula Padrão.
Laranjas - O que tem uma coisa a ver com a outra?
Mer... - Então, a Ana Paula Padrão encaixa no perfil que a gente procura pro Jornal da Globo e não o Nelson Rubens, claro.
Laranjas - Mas e a... como é o nome dela mesmo?
Mer... - Ela trabalha bem, mas tu ia gostar de trocar a Padrão por ela?
Deve ser por isto a expressão de moribundo e coitado, coitado.
Por fim, quase desmaiando de tanto trabalhar, chegamos ao final das entrevistas. Cabia apenas ligar para a cúpula e repassar o que coletamos para ajudar na decisão de onde por o Nelson Rubens. Carlos Henrique Schroder começou a rir descontroladamente. "Você acreditou mesmo nesta história? Foi só uma ironiazinha que o Kamel estimulou e virou uma piada. Pior que ninguém riu mesmo depois que eu disse isto. Mas a gente não pediu para que fizesse este trabalho todo também (risos)".
Pensando bem realmente não tem fundamento tal informação, mas quem duvidaria do chefão do jornalismo da Globo?
domingo, 11 de maio de 2008
Feliz Dia das Mães!
Hoje, 11 de maio, Dia das Mães!
Esta coitada, que nos carregou por 9 meses, depois dormiu mal todos os dias devido a choros estridentes que invadiam suas noites pós-parto. Sofreu ainda com o ciúme de ver todas as parentes e amigas mimarem seu bebêzinho das maneiras mais bizarras do mundo. Sem falar também na troca de fraldas, uma mais nojenta que a outra, e as babadas em litros, que sempre eram despejadas nelas. Isto que estamos limitando o sofrimento aos primeiros meses de nossas vidas. Poderíamos falar ainda sobre as decepções geradas pelos anos posteriores em todas estas guerreiras que um dia procuravam prazer com nossos pais e foram "presenteadas" com filhos.
E é por ter consciência deste fardo que o Laranjas presta homenagens a todas as mães do mundo. Principalmente a mãe da Gretchen, que ainda é vó da Thamy, coitada. Lembramos também da mãe do Maguila, este herói brasileiro, que proferiu um dia a seguinte frase "o trabalho danifica o homem". A orgulhosa mãe da Joelma, por vê-la casada com o Chimbinha, eleito pela revista Cupuaçu Style o homem mais sexy do Pará. Não poderia faltar também a mãe do Ronaldo, este injustiçado. A futura mãe Camila Pitanga, por ser a Camila Pitanga. E pra finalizar, um feliz dia das mães a todas as mães que lotam os auditórios do SBT todos os domingos, desde sempre.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Após o casamento, marido descobre que sua esposa era um homem!
Ontem, em Minesotta, EUA, um homem chamado Carl Hendrix pediu anulação do seu casamento por que descobriu na noite de núpcias que sua mulher era um homem. Carl disse que sempre “havia respeitado a opção da mulher de casar virgem. Nunca nem ao menos pensei em dar uma conferida”.
O fato repercutiu por toda a comunidade evangélica não luterana americana, que já organizou manifestações de milhares de pessoas nas principais capitais. Enquanto isso, o Vaticano emitiu nota excomungando a dona Lurdes Haim Hamen, esposa de Carl.
Dona Lurdes afirmou que “é difícil arranjar marido, quando você é um homem. Ainda mais eu, que não gosto de jogadores de futebol”. Após essa declaração ela recebeu por correio a chave do Canadá e da Holanda, que insistiram que ela se mudasse para seus países a fim de se tornar senadora interina.
terça-feira, 6 de maio de 2008
Novelaranjas: "A gênese de um cafa" (Capítulo III)
Capítulo I ; Capítulo II
Para ler ouvindo: Arctic Monkeys - You probably couldn't see for the lights but you were staring straight at me
- Não, guri, não senti nenhuma conexão diferente contigo. Você simplesmente estava ali, te achei bonitinho e com cara de cabaço. Tudo o que eu precisava para o fim de noite.
Com essa frase, e com as horas anteriores que passei com ela, a bartender, uma balzaca sarada chamada Sandra, ensinou um conceito que mudaria minha vida: o sexo sem sentimentos. E o sexo por si próprio, também. E, tá bom, não foram horas, mas sim alguns minutos.
- Ah, e vi que você tinha carro também. Contou alguns pontos. Eu não tava afim de voltar de táxi pra casa.
Ela tinha me usado! E eu achei isso sensacional. Foi quando eu percebi que estava começando a mudar. Eu sentia um certo orgulho e de forma alguma me recriminava por isso.
- Quer dizer, não fica achando que eu sou maria-gasolina! O que contou mais foi que você é bonitinho. Sério, guri, se você se valorizasse mais um pouco, desse um jeito nesse seu cabelo, ganhasse alguns músculos, ia ser um sucesso com a mulherada.
Claro, hoje eu sei que o que contou mais foi o carro. Naquela noite, porém, eu aceitava tudo que a ela dizia como um mero aprendiz. Ainda bem. Percebi que teria que trair a minha verdadeira personalidade, vender-me pra esse novo mundo para o qual uma bartender tinha me aberto as portas. E se eu fosse me vender, o produto tinha que ser bom, como ensinavam minhas aulas de marketing. Naquele momento eu não tinha condições de ser um best-seller. O bizarro foi que eu pensava tudo isso no pós-coito, enquanto a Sandra fumava um cigarro. Foi a primeira de algumas trepadas epifânicas, no sentido literal da palavra, que eu viria a ter nessa época de transformação.
Então eu raspei o cabelo. E ganhei alguns músculos. O legal de ser magro é que em pouco tempo de malhação você dá uma inchadinha e já se acha um Adônis. Perfeito para o que eu precisava: auto-confiança. Na verdade, isso é tudo o que um homem precisa: auto-confiança. Repita para você mesmo: auto-confiança. Com as ferramentas certas, ou seja, se sua auto-confiança realmente se justifica (para si próprio, é bom ressaltar), você vai dizer para a mulher que é o seu foco numa balada, apenas com os olhos, "eu vou te comer essa noite" e ela não vai te questionar. Pode regular, mas no fundo ela vai te dar razão.
O meu problema foi ter desenvolvido, inicialmente, auto-confiança demais. Minhas abordagens variavam entre o clássico puxão-no-braço e o olhar-stalker, aquele em que o cara fica uns cinco minutos encarando sem tomar uma atitude e esperando que a mulher aja. Fucking amateur. Até que, numa noite, consegui tirar uma menina do sério. No mau-sentido.
- Tu é louco ou frouxo?
Fiquei sem reação.
- Não, porque eu vi que tu tava me olhando. Olhei de volta e te dei um sorriso. Tu não veio, achei que tinha ido embora. Só que tu ainda ta aí! E ainda me olhando! Então ou tu é um louco que tem tesão em só secar as mulheres ou tu é um baita de um frouxo que leva meia hora pra criar coragem. Qualquer que seja, pára de me olhar!
Ainda sem reação.
- Uma dica, querido: se uma mulher te der mole e tu não fizer nada em 30 segundos, ela parte pra outro. Pôe na tua cabeça que quem escolhe quem pega na night são as mulheres, mané!
A primeira parte estava corretíssima. Discordo frontalmente da segunda afirmação, embora concorde que realmente devemos deixá-las pensar que isso é verdade. Tenho que admitir, contudo, que as mulheres foram as minhas melhores professoras de cafajestagem. Foda foi que eu não peguei o nome dessa esquentadinha.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Quatro Problemas e Um Resumo
Segundo Parsons, todos os sistemas cartesianos sociais devem resolver quatro problemas básicos, que não é da cozinha:
-ADAPTAÇÃO: a acomodação do seu parceiro(a) às suas exigências reais, no seu ambiente, seja ele sujo ou meio sujo (o parceiro(a)).
-CONQUISTA DE OBJETIVOS - a definição dos objetivos, enquanto dois e a mobilização de recursos desviados para atingí-los, enquanto um.
-INTEGRAÇÃO - estabelecer, taxar e organizar as relações de troca de fluidos entre as unidades do sistema cartesiano, ou seja, isto quer dizer promover encontros que facilite o sexo entre o "X" e o "Y", não só no ponto(0,0). Além disto, é necessário coordenar e unificar estes elementos em uma só unidade: no plano cartesiano.
-LATÊNCIA - seria a manutenção dos padrões estéticos da Rede Globo que, de uma forma ou da mesma, motivam a cultura deste sistema desigual, sujo e porco, que é o sistem métrico.
EM RESUMO: Em um sistema social (não métrico, muito menos cartesiano), cada um dos indivíduos alienados que interatuam (entenda como quiser) tem uma função exponencial a desempenhar. E quando essas funções são reconhecidas e apreciadas publicamente por seus pares, denominam-se papéis. Como por exemplo: Willian Bonner (no papel de marido) e Fátima Bernardes (no papel de repórter especial introduzida no meio das delegações brasileiras de futebol nas copas do mundo).
*texto feito durante explicação do professor Itamar Aguiar, na matéria de Sociologia da Comunicação. Muito útil! (estou falando do post)
domingo, 4 de maio de 2008
Marcha da Maconha Pra Quê?
Ler post abaixo e abaixo do abaixo, assim sucessivamente...
Outro motivo para ponto facultativo nesta segunda, não só no CCE, mas em toda margem pobre, revolucionária e comunistinha do rio, seria o movimento internacional a favor da legalização da marijuana, a Marcha da Maconha. Sim, seria. Não leitores bem informados, a marcha não foi proibida como aconteceu em nove capitais do país (Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP)). Ela apenas não existiu!
F.S., que é usuário de cannabis, entrevistado sobre o porquê da falta deste tipo de manifestação aqui em Florianópolis disse "então, ãã... aqui era proibido? Ãã... porque, se pá, acho que é por isto, tá ligado?". Depois deste papo desbaratinado com F.S., nossa reportagem foi atrás dos verdadeiros motivos da Marcha da Maconha não ter adeptos aqui na Nova Jamaica e após apuração, constatamos que é sim o descaso das autoridades em coibir o uso da maconha na Ilha que faz com que ela se propague como que legalmente entre os jovens, adultos e velhinhos também, porque não. O mais relevante nisto tudo é que fizemos uma apuração de verdade, sendo que era só andar por aí, inclusive pela UFSC, para comprovarmos que até os seguranças dão um tapinha. "É pra aguentar a rotina, tá ligado?", disse entre um back e outro, P.A., segurança da UFSC e traficante na Serrinha.
O coletivo Marcha da Maconha foi criado em 1999 em Nova York e sempre acabou em fumaça. No Brasil, começou em 2002, no Rio de Janeiro e acabou em funk, hip hop e polícia. Mais informações sobre o grupo no site: www.marchadamaconha.org
Então, como em Florianópolis nenhum usuário do cigarrinho do capeta se mobilizou em prol dos outros acadêmicos do lado vermelho da UFSC, segue o ponto facultativo apenas para os estudantes do CCE, adeptos de outro tipo de droga.
sábado, 3 de maio de 2008
Curso de Jornalismo da UFSC tem ponto facultativo nesta segunda
As aulas da segunda-feira, dia 5 de maio, terão caráter opcional para os acadêmicos do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina. A resolução foi tomada por Hélio Schuch, chefe de departamento, e referendada pelos professores. A justificativa é a realização da Parada da Diversidade de Florianópolis, dois dias antes. Schuch segue o exemplo dos outros chefes de departamento do Centro de Comunicação e Expressão - CCE, que também decidiram dar folga aos estudantes. "Temos que dar um tempo pra gurizada respirar. Quase todo mundo aqui do Jornalismo quis ir cobrir o evento, seja tirando fotos, produzindo matérias ou simplesmente soltando a franga", explica Schuch.
O alto índice de homossexuais no curso justifica a iniciativa. Estima-se em 20% a quantidade de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros nos corredores do Jornalismo, isso já contando os enrustidos, que todo mundo sabe quem são, né (NOME CENSURADO)? Assim, o pessoal vai ter um tempinho para descansar da lou-cu-ra que foi esse feriado, com festinhas em todos os dias. O LARANJAS, composto por três lésbicas, apóia a iniciativa. Segunda-feira aproveitaremos o dia pra beber bastante cerveja e assistir videotapes de futebol enquanto fazemos a leitura da revista Playboy com aquela gostosa do BBB na capa, pra ver se nos recuperamos deste que foi o post mais bicha da curta história desse blog.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Novelaranjas: "A gênese de um cafa" (Capítulo II)
Capítulo I
Para ler ouvindo: Franz Ferdinand - Take me out
- A primeira coisa que você tem que fazer é parar de idealizar as mulheres. Aliás, pára de idealizar a mulher por quem você está apaixonado, porque você só pensa nela e esquece que existem outras. O ideal mesmo é que você pare com essa merda de se apaixonar.
Meu irmão mais velho. Brilhante.
- Quer dizer, é legal você se apaixonar por alguém. Mas seres humanos normais ficam com a pessoa desejada antes de caírem de amores por ela. Você, não! Você se apaixona por um sorriso, por um conceito, por uma premissa... Você não é normal.
Verdade. Eu poderia discutir o conceito de normal, mas entendi o que ele queria dizer.
- Você tem que tirar essa idéia fixa de namorar da sua cabeça. Você tem vinte anos, não precisa de uma namorada agora. E namorar não é essa besteirada romântica que você pensa. O lado físico talvez seja o mais importante, e você não sabe nada sobre isso.
Incrível, era isso mesmo. Mais incrível ainda foi eu ter passado pela minha adolescência sem nunca conversar sobre mulheres com um cara quatro anos mais velho que morava no quarto ao lado.
- Olha moleque, eu não queria te dizer isso, mas é a única solução que eu vejo: você precisa urgentemente começar a trepar!
Gênio. Eu era provavelmente o único adolescente do mundo não obcecado por sexo, mas sim por romance. Sério, não conheço nenhum outro. Isso deve ter me ajudado a tirar boas notas na escola, mas claramente tinha provocado um atraso no meu desenvolvimento masculino. Agora, porém, eu teria alguém para me guiar pelos meandros do mundo das mulheres, meu querido irmão mais velho.
- Nem fodendo, não vou te levar pra balada. Até pode pegar umas roupas no meu armário, mas comigo você não vai sair.
Filho da puta. E olha que tínhamos a mesma mãe. Mas hoje eu entendo. Ele temia me apresentar uma mulher, digamos, fácil, e terminar me vendo escrever um poema pra ela. Justo. Pelo menos, meio sem querer, ele me alertou pra algo que eu não tinha notado: eu me vestia muito mal. Conceitualmente, eu digo. Nunca tinha subido numa prancha de surfe ou de skate, mas me vestia só com bermudões, casacos de moletom e camisetas de marcas de praia. Nada a ver. Vai ver era por isso que eu tinha sido barrado em algumas boates.
De fato, com um jeans e uma camiseta branca não fui barrado no El Divino. Fui sozinho. Medo, muito medo. Encostei logo no bar e pedi uma cerveja. Muitas gatas. Mas não olhavam pra mim. Quer dizer, acho que não, porque eu não tinha coragem de olhar nos olhos delas. Outra cerveja. Engraçado como o álcool não é tão relaxante assim quando você está uma pilha de nervos. Três, quatro cervejas. A música não ajudava também. Alta e ruim. Até que ouvi uma voz familiar. Feminina. Era a bartender que estava me servindo.
- Tá sozinho, guri?
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Dia do Trabalho = Inutilidade
Feriado de 1º de maio em Florianópolis: em casa, agasalhado e no MSN. Este grande veículo da fofoca mundial, ponto de encontro de pessoas tímidas e promíscuas, nerds e despudorados, feios e bons de papo, todo tipo de gente. Esta mistureba de duplas personalidades contribuem para a construção de qualquer tipo de relacionamento humano, desde uma amizade até o ápice, que é o sexo. Ele começou como um substituto do Mirc, ICQ, chat de bate-papo, etc e foi criando formas, cores, e possibilidades. Uma não tão recente inovação do MSN é o tal do sub-nick. Na minha inércia de viver deste feriado comecei a obervar os sub-nicks alheios e não me aguentando em minha chatice crônica...
"Te amo DI. Sdds ;* / qeee doooor." (anônima assada) - Eu imagino o porque da saudade. Mandou bem o tal de DI.
"fui almoçar..." (anônima que come) - agora é 00:23!!
"Feliz" (anônima feliz) - E o que eu tenho a ver com isto? Engula esta felicidade ao invés de dividí-la com os outros assim. Nem todos tem dinheiro, sexo todo dia e uma bolsa de estudos na Europa como você! (checado)
"ai meuu feriado :D :D :D" (anônimo egocêntrico) - Dele e de toda a população mundial.
"Aline, sei q eh dificil + fika triste naum oh... to aki pro que tu precisar te amoooooo. precisando eh so chamar oh ^^" (anônima solidária) - Aline, sei q eh difícil ouvir estas manifestações de apoio que não ajudam em nada quando se está na fossa, mas to aki pro que tu precisar: diversão, adrenalina, viagens e afins. Não te amooooo, mas também não te conheço. Precisando é só chamar, mas dependendo do caso... foda-se!
"Larga tudo e vem correndo... vem matar minha vontade... já faz tempo que eu to sofrendo... mereço um pouco de felicidade" (anônima carente desesperada) - Pra quem não conhece, este é um trecho de uma música sertaneja nos moldes "vou me matar" usadas na minha terra para estimular o alcolismo entre os jovens apaixonados, os cornos nao tratados e as carentes desesperadas, como neste caso.
"=)" (anônima feliz 2) - _I_
"O que tiver que ser, será... E o que eu sinto, não mudará!!" (anônima preparada) - Demonstra segurança perante ao futuro e perspectiva de constância nos seus sentimentos. Bobinha esta menina.
"Quem diria hein?" (anônima surpresa) - Pois é! Quem diria né. Se fudeu!
"(...)Não posso. É mais forte do que eu. Preciso te beijar. -Três metros acima do céu" (anônima carente desesperada 2) - Não pode se conter de tão safada? A coceirinha tá demais pra segurar? Será que é só beijar que você quer? Três metros acima do céu? Deve ser o local marcado. Algo como o quarto dela, no segundo andar de algum prédio. Vai saber...
"Deus eu te faço um pedido, mande um alívio a este coração que sofre..." (anônimo cardíaco) - Não precisa dele. Toma um Plavix que passa. "Ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado", se der tempo.
"55 minutos?" (anônima do tempo) - 34 minutos que eu saí do banho. E daí? Pois é!
"filme" (anônima no escurinho) - Pornô, com certeza! Eu imagino o que eu quiser. Não mandei por isto ai.
"o nao de Deus hoje é sempre o maior bem de amanha" (anônimo com fé) - "Fiado - hoje não, só amanhã!"
"A vida não é medida pelo número de respiração que damos, mas sim pelos momentos que nos fazem perder a respiração" - (anônimo simplista) - momentos que nos fazem perder a respiração... porra! não tenho nenhum momento mais significativo e exemplar do que a última bolada que levei no saco. Seria isto?
" 'O maior prazer da mulher inteligente é bancar a idiota diante de um idiota que se banca o inteligente' [72 dias]" (anônima inteligente) - 72 dias para voltar a ser inteligente? Penso que se nivelar a um idiota não seria algo inteligente. E ter prazer nisto, seria se afirmar como idiota.
"Os ventos que as vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo q aprendemos a amar" (anônima otimista) - "Algo"... seria uma sacola?
"A maior dor do vento é não ser colorido" (anônima autista) - Vento. Toma um Plavix também. Vai que melhora esta dor. "Ao persistirem os sintomas, o Oráculo deverá ser consultado". (Fico imaginando o vento sul amarelo de bolinhas pretas passando pela Ilha).
"Mulher sem peito, é igual calça jeans sem bolso, você não sabe onde por as mãos" (anônimo machista) - o nick dele: mulher feia é igual pantufa, em casa até da pra usar, mas sair com ela na rua... ninguém merece. Que maldade!
Ocuparia a página inteira do blog com mais exemplos exdrúxulos, mas minha chatice crônica não deixa. Finalizo com um exemplo ideal para acompanhar sua identificação no MSN:
"laranjasblog.blogspot.com" (Marcone Tavella) - ;)
terça-feira, 29 de abril de 2008
São Paulo desmente envolvimento no caso Ronaldo
A diretoria do São Paulo Futebol Clube divulgou à imprensa uma nota em que nega um suposto envolvimento no caso Ronaldo/Travestis. O LARANJAS publica, a seguir, a íntegra da nota:
"O São Paulo Futebol Clube vem por meio desta nota negar veementemente que esteja envolvido no lamentável episódio que levou o jogador Ronaldo e três travestis à delegacia na madrugada de ontem. As acusações de que tudo não passou de um golpe de marketing, que visaria anunciar a contratação do atacante para a disputa do Campeonato Brasileiro, são completamente infundadas e levianas. Estamos cansados de ouvir e ler calúnias na imprensa que fazem referências homossexuais ao SPFC, bem como piadinhas que surgem sempre que há uma oportunidade. Nosso departamento de marketing trabalha há muito tempo para tirar essa imagem de nosso time, portanto jamais pensaria em anunciar a vinda de um jogador do gabarito do Ronaldo através da utilização de travestis, como forma de alavancagem publicitária. Gostaríamos, no entanto, de aproveitar esta nota para convidar todos os membros da imprensa para a festa de divulgação da nova linha de perfumes e cremes para o corpo do homem moderno com a marca do São Paulo Futebol Clube. A festa reunirá os homens mais poderosos do mundo da moda e dos cosméticos numa balada sem hora para acabar, tendo como mestre de cerimônias o jogador Richarlyson, estrela da campanha que lançará os novos produtos da linha São Paulo For Men. Os interessados podem retirar seus convites e credenciais na sauna do clube, até sexta-feira, dia da festa.
Depto. de Marketing
São Paulo Futebol Clube"
Confissões de um filho único!
A relação de irmãos sempre é mútua. O irmão mais novo até sofre um pouco, mas a recompensa plena de aturar um irmão mais velho chega na adolescência.
O irmão mais velho ensina o irmão mais novo a jogar futebol (esta tarefa lhe é delegada pelo pai, porque, afinal ele é o irmão mais velho). Claro que durante toda a infância o menor tem que ouvir o maior falar que ele é perna de pau e tudo mais. E quando o mais novo é convidado pelo mais velho para jogar no seu time ele se ouriça todo. Quando chega lá, é o último a ser escolhido para o jogo, mas pelo menos ele é escolhido. Já eu, filho único, nunca fui ensinado a jogar futebol. Acho que mesmo se eu soubesse jogar eu não seria inserido na roda, apenas por ser pequeno. Aí sobrava ir jogar vôlei com as meninas. Com o passar do tempo, as meninas foram chamando suas irmãs mais novas para jogar nos seus respectivos times, e eu tive que arranjar um vídeo-game.
Com isso cresci frustrado, porque queria ser igual ao meu pai, um grande jogador que tinha até participado das categorias de base de um time que até já foi campeão do campeonato catarinense. Poucas vezes, mas foi. Ele jogava comigo algumas vezes, mas a certa altura da vida ele me deu uma bola de basquete. Com a minha bola de basquete eu podia formar meu próprio time. Juntei-me com dois amigos meus, cada um tinha uma cesta e eles colocaram na grande garagem da minha casa. Infelizmente ninguém gosta de basquete no Brasil. Nem eu, maldito Chicago Bulls. Voltei ao vídeo-game!
Com cerca de dez anos visitei meu primo menor, que tinha acabado de comprar uma mesa de pingue-pongue. Ele começou a se destacar no esporte e virou um campeão. Da cidade é claro, porque ninguém é campeão mundial de pingue-pongue sem ser japonês. Fiquei empolgado. Tentei bater nele só para descontar minha raiva por ele ter sido bem sucedido. Mas esqueci que ele tinha primos mais velhos. Depois disto nunca mais fui capaz de acertar a raquete na bolinha de pingue-pongue. Pensando bem, até que Mário Bros. não é um jogo tão ruim.
Cansado de me dar mal nos esportes decidi ser gordo. Aos onze anos meus colegas da sala já disputavam campeonatos estaduais de Futsal e me falavam de coisas que eu não entendia, como “ficar” com as meninas de torcida. Não me preocupei com isto, até dois meses depois quando eu "fiquei". Achei engraçado porque a menina enquanto me acariciava fez um comentário sutil: “Nossa, você ta ficando gordo”. Isso não abalou minha auto-estima, porque contanto que eu andasse com a coluna reta, não dava para perceber minha barriga. Forcei demais e ganhei escoliose.
Aos sábados recebia sempre a visita de uma amiga. A partir dos catorze anos ela começou a parecer atraente para mim, de uma forma nova. “Fiquei” com ela, e nossa! Algo diferente aconteceu. Como não tinha irmão fui perguntar para meu professor de Catequese. Ele me disse que aquilo tudo era pecado. Fui para casa rezar vinte ave-marias. Junto com a Carlinha, é claro. Algo diferente aconteceu de novo! Imediatamente comecei a rezar mais vinte ave-marias. Carlinha ficou me olhando e logo saiu da minha casa. Nunca mais falou comigo. Só fui entender o porquê da raiva dois anos depois, quando sem as dicas de meu irmão mais velho, frustrei sexualmente uma menina. Foi aí que voltei ao vídeo-game!
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Novelaranjas: "A gênese de um cafa" (Capítulo I)
Para ler ouvindo: Ramones - Needles and pins ou The Cure - A letter to Elise
- Um poema?! Quantos anos você tem?! Doze?!
Justo. De fato não era uma coisa muito adulta de se fazer.
- E ainda por cima rima "você" com "esquecer"! Vai formar uma banda emo?!
Comecei a me ofender. Acho foda sacanear o talento de alguém. No meu caso, era o talento de se rebaixar perante as mulheres. Eu era muito bom nisso e não admitia que dissessem o contrário.
- Sério, você escuta o melhor da poesia adolescente: Smiths, The Cure, Arctic Monkeys, Ramones, a primeira fase dos Beatles... Podia ter feito coisa bem melhor!
Porra, fale mal de mim, mas não dos meus ídolos. Desde quando essas bandas falam de sentimentos adolescentes? Tá, tô brincando.
- Aliás, podia ter feito coisa ainda melhor: não escrever essa merda de poema e tomar uma atitude de homem!
Olhando agora, em retrospecto, ela estava coberta de razão. Mas na época eu era um completo idiota. Se você tem mais de vinte anos e só consegue manifestar seus sentimentos por meio de rimas, há algo de muito errado com sua personalidade. Se, para completar, ainda idolatra os Ramones, é um caso perdido.
Tudo bem, hoje eu sei que diferentes pessoas amadurecem em diferentes ritmos. Até me perdôo por ser como eu era aos 20 anos. E não tenho raiva da Tati. Quer dizer, ela foi uma vaca escrota, mas não tenho raiva. A escrotice dela foi altamente benéfica. Principalmente aquela frase sobre virar homem. A Tati, ao seu jeito, fez com que eu virasse um homem. Não foi no sentido bíblico, como eu queria, mas fez.
Faço parte de uma corrente masculina crescente, mas que ainda pode ser considerada alternativa. Muitos dizem que um menino já vira homem quando come a primeira mulher, outros quando arruma o primeiro emprego, alguns dizem que é quando supera a primeira desilusão amorosa. Eu não. Acho que um menino só vira homem quando aprende a lidar com as mulheres. Por isso vemos tantos sujeitos de 25, 30, 40 anos portando-se como um personagem da Malhação, ou até pior, como alguém que assiste a Malhação. Não é fácil lidar com as mulheres. É uma arte. E não tem nada a ver com poesia. A Tati que o diga. Aliás, obrigado Tati, obrigado por ter me feito ver o que era ser um homem, mesmo que tenha sido aos 20 anos. E obrigado principalmente por não ter tido nenhum tipo de pudor naquela noite, na sua casa, exatamente um ano depois. E desculpa por eu não ter ligado no dia seguinte. Nem nunca mais.
sábado, 26 de abril de 2008
Aberto o Primeiro Curso de Vôo Livre para Padres
O Seminário Cordeiros de Deus de Tupaciguara (MG) abriu, após o padre Adelir de Cali desaparecer em algum ponto entre o litoral catarinense e Cape Town (cidade na costa oeste da África do Sul), um curso de voô livre aos domingos, entre a oração das 14 horas e o chá das 18. "O curso tem o intuito de fazer com que os protestos de padres aventureiros não terminem em tragédia. Que Deus o tenha!", explicou o diretor pe. Venâncio dos Santos, idealizador do curso.
O instrutor do curso e campeão brasileiro de acrobacia de 2007 Renato Lopes disse a equipe laranja que já na primeira aula ele pretende convencer os padres que o mais importante, quando se pretende sair do chão, são as medidas de segurança, como o estudo das condições do tempo. "Mesmo sendo um padre ele não está livre de ser carregado por uma corrente de ar. O que o padre lá fez foi uma estupi... ããã... pura maluquice! Ainda mais com balão de gás! Eu que tenho horas de vôo livre nunca me arriscaria a subir preso a balões de gás".
O curso terá duração de 2 meses e estará aberto, totalmente grátis, aos padres da Diocese de Uberlândia que é responsável pelo Seminário Cordeiro de Deus, de Tupaciguara. Mais informações pelo telefone (34) 3281-2139.
P.S.: Esta iniciativa parte do mesmo seminário que abriu vagas para o curso "Jejum Intensivo Para Causas Impossíveis" ministrado pelo bispo d. Luiz Flávio Cappio, especialista no assunto. O Seminário Cordeiro de Deus tem 23 anos de existência e o mérito de não ter nenhum padre formado que esteja envolvido em escândalos sexuais, desaparecido por aí ou morto após jejum. Sobre isto o pe. Venâncio dos Santos diz "a gente se previne, né meu filho. É só questão de olhar os maus exemplos que saem na mídia todos os dias e aplicar aqui no seminário". Perguntado sobre o que é feito em relação aos escândalos sexuais, pe. Venâncio se irritou e proferiu algumas palavras em latim antes de sair em direção a capela. Logo em seguida, fomos convidados a se retirar em nome do Pai, do Filho do Espírito Santo, Amém!
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Descoberto a Localização do Epicentro
Um tremor de terra de 5,2 graus na escala Richter foi sentido no final da noite desta terça-feira (22) em São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. De acordo com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), o tremor durou cerca de 5 segundos e o epicentro foi localizado na dona Geni.
Aquela candura de pessoa, sempre simpática e sorridente, calada e na dela, se revoltou próximo das 21 horas de ontem. Com o abalo sísmico, a defesa civil foi chamada em algumas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, claro.
Um dos motivos que levou à reação da pobre senhora seria as picuinhas infantis dos professores do Departamento de Jornalismo, no qual ela trabalha desde sempre, e por isto foi testemunha de coisas do tipo "eu cheguei aqui primeiro e o LabTele é meu e de quem eu quiser, seu bobão"; "eu quero um aquááááááriooooo!" e "se ela entrar na coordenadoria eu saio da chefia (ou vice-versa)".
Além disto, dona Geni está muito sentida com a provável saída do real chefe da casa, Dalton Barreto (the god), pois teme pelo seu futuro. Há ainda a rotina maçante agravada pelas conversinhas dos alunos nos corredores. "Meu limite foi quando um cabeludinho de all star me pediu para dar licença do corredor para poder falar um segredo pra sua colega. Vê se tem cabimento. Tadinho! Mal sabe ele que eu sei mais segredos dele do que a própria colega. (risos)", disse a doce senhora.
Dona Geni passa bem e será mantida em observação esta noite por geólogos da UFRN. Antes de se despedir da nossa reportagem ela se descontrolou causando nervosismo e terror nos presentes "não vai mais acontecer. Isto tudo foi porque eu adoro aquele curso e sou muito sensível. Eu fico sempre quieta, na minha, mas eu sei de tudo o que acontece por ali e fui absorvendo... absorvendo... e resultou nisto. Espero que não tenha causado mais rachaduras no Departamento de Jornalismo. Ai meu Deus (Dalton?)! Que vergonha!"
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Ninguém <--Senac--> Alguém
Ontem eu fui desencravar minha unha do dedão do pé.
Tá! Isto não te interessa. Mas, o que interessa a você? Seu desocupado (a)!
A gente sabe como é. "Vai trabalhar vagabundo!", "porque você não levanta a bunda deste sofá e vai procurar um emprego?", ou a clássica "olha o seu primo Nelson: está se formando, trabalha desde o primeiro ano de faculdade, tem uma mulher maravilhosa, dois carros na garagem do apartamento novo e um futuro brilhante pela frente... hm... ele não foi promovido a vice-presidente da empresa dele? Pois é! Tudo isto com 19 anos. E você? O que tem?", (um primo rabudo?).
É difícil mesmo... ou melhor. Era! Com um pouco de dinheiro e dedicação existe sempre o Senac, "o passaporte para o mercado de trabalho". Confira os cursos:
Em Comércio:
-Marketing Pessoal e Carreira Profissional - 30 h
Programa: destacar pontos positivos em você, para que se ache mais do que a sua velha acha e ainda aprende a propagar isto. Também análisa a carreira profissional de pessoas bem sucedidas (como o primo Nelson) comparando com a merda que é sua vida para chegar a motivação necessária e vencer, ou não.
Objetivo: ser um egocêntrico, arrogante, prepotente, mesquinha, que faz tudo para subir na vida.
Professor: Salvatore Herculano de Almeida (advogado)
-Segmentação de Clientes - 30 h
Programa: análise de perfis humanos, desde os malacos do morro até os burgas de Jurerê.
Objetivo: aflorar o preconceito que há em você, para que o malaco seja vigiado e o burguês seja bajulado.
Professor: Denise Cremonese (gerente do Iguatemi)
Em Conservação e Zeladoria:
-Colaboradora do Lar (somente mulheres) - 40 h
Programa: Basicamente você vai aprender a ser uma dona de casa. Aprende a limpar, lavar e secar tudo que compõe uma casa. Aprende também a cozinhar o básico (arroz, ovo, feijão, preparar salada). Ao final do curso é ensinada a posição papai-mamãe.
Objetivo: satisfazer um homem rico, no sentido de manter a casa organizada, comida na mesa em horários fixos, e sexo esporadicamente (2 a 3 vezes... por mês).
Professor: Marco Antônio Ramos (homem rico e solteiro)
-Desentupidor Geral - 30 h
Programa: curso totalmente prático. Desde o primeiro dia de aula o aluno já atua na privada, pia, ralo de banheiro, bueiro, etc. E assim vai até o final do curso.
Objetivo: desentupir todas as privadas, pias, ralos de banheiros, bueiros, etc. do prédio do Senac.
Professor: Carlos Macedo (ex-aluno do curso)
Em Imagem Pessoal:
-Depilação Artística - 40 h
Programa: depilar homens e mulheres nus baseado em estudo superficial da história da arte contemporânea recente do séc XIX, restrita aos últimos 2 meses. Primeiramente, homens depilam mulheres e vice-versa. Depois homens depilam homens e mulheres depilam mulheres. Ao final do curso, há uma orgia onde cada um expõe sua arte (a orgia não é permitida antes).
Objetivo: depilar os pêlos do corpo humano de forma a expor as lacunas da personalidade do indivíduo inserido no contexto atual.
Professor: Sandi Carvalho (depilador profissional)
Em Saúde e Bem-Estar:
-Caminhar - 80 h
Programa: aprender a caminhar corretamente, ou seja, direita, depois esquerda ou vice-versa e assim sucessivamente.
Objetivo: dar a volta na ilha de Florianópolis no decorrer do curso.
Professora: Glória Mendonça (autora do livro "Um passo de cada vez e siga o seu caminho")
-Respirar - 5 min
Programa: aprende a inspirar e a expirar repetidamente.
Objetivo: não morrer
Professor: Marcone Tavella (convidado especial do blog Laranjasblog)
Em Turismo e Hospitalidade:
-Hostess - Recepcionista em Restaurantes - 30 h
Programa: Aprender a dizer "Bom dia, senhor! Sua mesa está pronta. Siga o garçom, por favor!", "recomendo o Risoto de Camarão, senhor!" e "muito obrigado! Volte sempre!" em 45 idiomas diferentes.
Objetivo: ser um idiota educado que só sabe dizer as mesmas coisas, porém em 45 línguas distintas, o que o torna um idiota globalizado.
Professor: Paulo Silveira (garçom internacional aposentado)
Então, se você se encaixa no perfil desocupado, vagabundo e fracassado, procure o Senac mais próximo de você. Ele tem cursos excelentes para te transformar em alguém socialmente aceitável. E você ainda pode ganhar uma grana por isto, ou não.
O seu sucesso depende só de você! (quantas vezes você ouviu isto e quis matar o emissor de tal asneira?)
domingo, 20 de abril de 2008
Editorial: "Nemo repente fuit turpissimus"
O LARANJAS não resistiu e instalou o Google Analytics, aquela ferramenta que avalia todos acessos a um site cadastrado. Hoje, dia 20 de abril, completamos sete meses de atuação jornalística irrepreensível, mas temos dados dos nossos leitores há apenas uma semana. Demoramos tanto porque não queríamos perder a ilusão de que o blog era acessado por milhares de pessoas de todas as partes do mundo, que milhares de sites nos linkavam e que éramos líderes em pesquisas no Google. Claro, com o Analytics nossos sonhos foram por água abaixo. O número ridículo de espremidas que recebemos nos últimos meses reflete com bastante propriedade o número ridículo de acessos que o LARANJAS tem. O otimista pode dizer que é melhor ter leitores de qualidade, do que idiotas em quantidade. Não concordamos, respeitamos os idiotas, apesar de sabermos que nosso texto refinado e cheio de referências culturais não é para todo tipo de idiota. O problema é que o Google Analytics demonstrou que essa história da qualidade também não se aplica.
Pela ferramenta, é possível saber o que a pessoa digitou no Google para cair no LARANJAS. Entre algumas referências aos nossos textos e outras coisas bizarras, nada menos que 22% das pessoas que chegaram ao blog dessa forma estavam fazendo pesquisas relacionadas de alguma forma à prostituição. De termos chulos que (acho) nós nunca usamos a nomes de estabelecimentos burlescos de Floripa, passando por um inacreditável "zonas erógenas dos homens", grande parte dos nossos leitores estavam em busca de sacanagem. O texto mais lido foi justamente aquele da Bebel, um dos primórdios do blog, e o tag mais clicado é "sexo". Só dá pervertido! Eu já havia sido alertado que meus textos em particular estavam muito sexuais e autobiográficos, mas não sabia que era tanto assim. Aliás, a pessoa que me fez esse alerta também trouxe, indiretamente, um leitor para o blog: uma das pesquisas no Google que levaram ao LARANJAS foi "fotos da (nome da moça)". Não vou colocar o nome para não incentivar outros pervertidos e também porque tenho medo dela.
Certo, você deve estar pensando que eu sou incoerente, pois meus textos de fato costumam ter sempre algum tipo de referência sexual e agora estou reclamando que só entra tarado no LARANJAS. Na verdade, o problema é que esses freqüentadores são bem rapidinhos. O Google Analytics também mostra quanto tempo o sujeito ficou (ou perdeu, no caso do LARANJAS) no site. E esses malditos onanistas não conseguem ficar nem 10 segundos dentro! Ou seja, o sujeito faz a pesquisa, se empolga com o link do LARANJAS, entra na pilha, vê que não tem telefone de nenhuma prostituta ou foto de quem quer que seja e acaba broxando de forma constrangedora. E isso é profundamente lamentável: para nós porque ficamos sabendo que grande parte de nossos leitores é constituída por ejaculadores precoces; e para os próprios ejaculadores precoces, porque estão desperdiçando a chance de ler alguns de nossos textos que falam de relacionamentos e que talvez os ajudassem a conseguir sexo não-onerado.
Queremos dizer, então: vinde a nós os pervertidos. O LARANJAS aceita de bom grado leitores tarados e com necessidades sexuais, mas desde que sejam de fato leitores. Caso parem pra ler, vão certamente encontrar uma grande dose de sacanagem no nosso humor de alto nível. Ou seja, baixaria com classe. Se essa torpeza continuar, no entanto, creio que terei de deixar de lado meu viés Eleonora V. Vorsky e tornar esse blog um local mais familiar, sem referências ao tchaca-tchaca. O que vocês, leitores, acham disso? Por favor, dêem umas espremidas. Mesmo vocês, pervertidos!
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Alô. Preciso cancelar um contrato!
- Alô! Gostaria de falar com Dionísio.
- Só um minuto senhor. Estarei repassando esta ligação para alguém que possa lhe ajudar. O senhor tem preferência por falar com um atendente homem ou com uma atendente mulher?
- Não importa. Só quero falar com Dionísio o mais rápido possível!
- Tem certeza senhor? Aqui temos atendentes mulheres que com certeza poderão te ajudar.
- Não.
- E quanto a...
- Não, apenas me repasse!
- Vou pôr o senhor na linha.
Aguarde... (roda música)
- Alô, alô?
- Bom dia senhor, em que posso ajudá-lo?
- Gostaria de falar com Dionísio.
- Senhor, qual o seu problema? Será que não pode resolvê-lo comigo?
- Não moça. Tenho um contrato com Dionísio e preciso cancelá-lo o mais rápido possível!
- E há quanto tempo que o senhor tem esse contrato?
- Doze anos.
- Quantos anos o senhor tem agora?
- Trinta.
- Contrato de bebidas ou diversão?
- Os dois.
- Senhor, contratos deste tipo não podem ser cancelados.
- Por favor, apenas me passe para Dionísio.
- Ok, estarei vendo o que posso fazer pelo senhor. Por favor, aguarde na linha!
(Roda música)...
- Alô Dionísio?
- Sim. E você quem é?
- Jorge!
- Jorge Miranda?
- É.
- Oh! Meu amigo, o que posso fazer por você?
- Gostaria que revisse nosso contrato.
- Mas porque Jorge? Sua vida só melhorou depois dele. Conseguiu lindas mulheres, uma casa, um bom emprego. Não entendo no quê o cancelamento do contrato pode te ajudar.
- Por favor!
- Sou seu amigo e tenho que lhe dizer. Cancelar o contrato é um erro. É imoral eu cancelar algo que você já pagou.
- Mas Dionísio, quando pedi para amar alguém diferente todo dia, achei que seria maravilhoso conhecer muitas mulheres. Vi que no fim, esta vida não dá certo.
- Por que não Jorge? A libertinagem e o amor deixaram de te agradar?
- Você sabe como é. Estava no contrato. É só beber que eu acho alguém para amar na mesma noite.
- E isso não te proporciona diversão?
- Aí está o problema. Eu continuo me divertindo. E quanto mais me divirto mais sofro por todas as mulheres que amei. Me apeguei a todas elas.
- É, meu caro amigo. Acho que isso não deveria ter acontecido.
- Tentei até parar de beber, mas...
- Jamais pense nisso Jorge. Parar de beber nunca. Pelo menos um vinho por dia é o necessário para se viver com saúde.
- É. Pensei a mesma coisa. Minha última alternativa foi recorrer a você.
- Ta. Vou ver o que posso fazer por você.
- Não; essa frase de novo não.
- Ta bom então, você venceu. Em nome da nossa amizade eu cancelo o contrato. Mas você terá que me fazer um favor.
- Tudo que precisar. Não agüento mais esta vida!
- Alô. Gostaria de falar com Zeus. Preciso cancelar um contrato!
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Egresso da UFSC pede indenização referente à ditadura
O professor de história Ernesto Noam, formado na Universidade Federal de Santa Catarina, entrou ontem com uma ação na Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, pleiteando uma indenização por supostos danos sofridos graças ao período da ditadura militar brasileira, entre 1964 e 1985. Ele afirma que as recentes indenizações milionárias recebidas pelos jornalistas Ziraldo e Jaguar não têm nada a ver com seu processo, pois ele não lê nada que sai na imprensa marrom e golpista. Ao ser indagado pelo LARANJAS sobre como ele sabia que a imprensa marrom e golpista havia noticiado as indenizações, já que não a lê, Noam disse algo sobre sua faxineira oprimida pelo sistema só assistir à Globo, mas não entendemos bem o que ele quis dizer com isso.
O detalhe interessante é que Ernesto Noam nasceu em agosto de 1980, já nos estertores do governo militar. Como, então, ele pode ter sido prejudicado pela ditadura? "Olha, eu tenho a luta contra a opressão no sangue cara! Fui concebido durante a Novembrada, quando meus pais, que eram do DCE da UFSC na época, se excitaram com os xingamentos ao Figueiredo e foram dar uma cutucadinha numa viela perto da Felipe Schimidt", explica o professor. Confrontado pelo LARANJAS com o fato de que, portanto, sem o governo autoritário ele não teria sido concebido, Noam disse algo sobre endurecimento com ternura, mas não entendemos bem o que ele quis dizer com isso.
A grande reclamação do professor, porém, é em relação aos danos morais que o período da ditadura teria causado. Noam diz que boa parte dos sete anos (1997-2003) que levou para completar a faculdade de história na UFSC foram dedicados ao movimento estudantil, ao consumo de maconha e, portanto, a uma incontrolável saudade de uma ditadura militar que ele não viveu. Assim, ele se considera prejudicado por ter perdido um enorme tempo acampado junto com grevistas (foram quatro greves na UFSC, no período em que ele esteve lá), tentando recriar o clima de contestação que havia entre os universitários de 1964 a 1985, além ter parte do seu cérebro danificado pela assimilação de teorias estapafúrdias e ultrapassadas lecionadas por professores do CFH que até hoje não foram informados que o muro de Berlim já caiu. Confrontado pelo LARANJAS com gargalhadas e a acusação de que aquilo só poderia ser uma piada, Noam disse algo sobre sermos um bando de reaças que nunca conseguirão trabalhar no Pasquim, mas não entedemos bem o que ele quis dizer com isso.
O que realmente machuca Ernesto Noam, na verdade, é ter que dar aulas de história em cursinhos pré-vestibulares de Florianópolis. Ter que conviver com adolescentes consumistas e funcionalmente analfabetos, para ele, é a grande conseqüência nefasta que a ditadura militar lhe imputou. "Se o governo Jango tivesse continuado, estaríamos vivendo hoje numa sociedade socialista e feliz. Lutamos contra os militares por esse sonho, que era o de restaurar a liberdade no Brasil. Hoje, eu não precisaria estar dando aulas para esse bando de idiotas entrarem na UFSC e arruinarem o que sobrou de revolucionário por lá!", lamenta o professor. Confrontado pelo LARANJAS com a verdade histórica de que socialismo e liberdade nunca andaram juntos e, principalmente, que, por sua idade, o máximo pelo que ele poderia ter lutado era contra o aumento do preço do almoço no RU, Noam suspirou e disse algo sobre os bons tempos em que jornalistas eram enforcados, mas não entedemos bem o que ele quis dizer com isso.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Liberada a jacuzice dentro de aviões
Caiu o último refúgio que nos protegia dos jacus: a União Européia liberou o uso de telefones celulares em aviões, medida que logo deve ser adotada pelo resto do mundo. Alguém tem alguma dúvida de que no Brasil, a capital oficial da jacuzice, isso vai virar moda? O Brasil é o único país do mundo ocidental em que celular é símbolo de status, onde tem gente que acha que é bonito falar sobre assuntos pessoais em voz alta no meio de outras pessoas. O avião era o último porto seguro das pessoas de bom-senso, até pela impossibilidade de discrição no meio de outras cem pessoas. Agora teremos que aturar coisas como:
- Jornalista, essa raça escrota, repassando texto com seu editor perto do deadline;
- Mãe ligando para o pediatra porque seu filho pentelho não pára de chorar, além de aproveitar para debater a coloração estranha apresentada pelas fezes do pimpolho na diarréia que ele sofreu no dia anterior;
- Mãe ligando novamente para o pediatra porque seu filho pentelho vomitou;
- Idiota 1 ligando para Idiota 2 ao descer em Congonhas dizendo "vai pra sacada do teu prédio abanar pra mim, mano!";
- Idiota 1 ligando para Idiota 2 ao descer em Congonhas dizendo "vai pra sacada do teu prédio que eu vou botar a bunda na janela do avião, mano!";
- Torcedor fanático ligando para saber quanto foi o jogo do Corinthians pela Série B e soltando todos os palavrões possíveis ao saber da derrota;
- Don Juan despudorado descrevendo, de forma obviamente mentirosa, a sua performance sexual da noite anterior em detalhes sórdidos e degradantes;
- Mulher despudorada descrevendo a performance sexual constrangedora e decepcionante do cara para quem ela deu na noite anterior, para depois passar a relembrar em detalhes sórdidos e degradantes a inesquecível performance sexual do Marcão, aquele cara da academia que não ligou nunca mais;
- Marcão, aquele cara da academia que não ligou nunca mais, ligando para a mulher despudorada dizendo que tudo aquilo não passou de um grande mal-entendido;
- Aeromoça atendendo o telefone durante o serviço de bordo e dizendo "sim, eu estou vestida de aeromoça do jeitinho que você gosta, amor... hum... isso, vai... levanta vôo, meu comandante!";
- Cretinos ligando apenas para dizer que estão ligando de dentro do avião;
- Adolescentes. Ponto.
Isso sem falar da história que um celular poderia derrubar um avião, aparentemente derrubada. Ainda bem que o uso de iPods no último volume continua liberado.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Páginas Alaranjadas - O mosquito como você nunca viu!
As autoridades brasileiras consideravam o Mosquito da Dengue extinto desde a década de 60, quando o governo militar proibiu sua existência. Neste meio tempo ele evoluiu tanto intelectualmente como logisticamente, e acha que está mais maduro, como afirma sua autobiografia "Behind the Mosquito´s life". Após a reabertura política e a volta dos perseguidos políticos ele começou a reaparecer no território brasileiro. Hoje, ele está em busca de uma indenização do governo, embora confesse que sua vida tenha melhorado após o exílio.
Laranjas – Como você fez para sobreviver durante este período em que o país virou as costas para você?
Mosquito da dengue – Bom, esta foi uma época muito difícil e conturbada da minha vida. Inicialmente, após ser expulso do Brasil, pedi asilo político na Argentina, mas este foi negado. Ouvi falar de um país muito parecido com o Brasil, ele se chamava Paraguai. Cheguei ao Paraguai muito tímido e com necessidade de me disfarçar. Comecei então a me identificar como Mosquito da Febre Amarela. Sem a perseguição do governo brasileiro e sem a reprovação por ser o Mosquito da Dengue, comecei a me reproduzir. Fiz um acordo com um flavivirus carente de Assunção. O acordo previa que eu iria ser o único mosquito que poderia transmitir sua espécie para causar a doença que batizei de Febre Amarela. Depois descobri que uma outra linhagem de mosquitos também transmitia essa doença.
Laranjas – E sua reação perante este fato?
Mosquito da dengue – Não podia fazer nada. A doença já estava aí, era um sucesso. Todos os Aeges Aegypcios já me consideravam um deus. Minha linhagem já estava transmitindo seus próprios virusinhos e eu tinha a disposição as melhores mosquitas da alta sociedade. A doença naquela época fazia até mais sucesso que a Dengue.
Laranjas - Então você virou um astro de uma hora para a outra?
Mosquito da Dengue - É, no Brasil eu não era muito reconhecido, mas no Paraguai eu aparecia na televisão quase todos os dias, os jornais só falavam de mim. Alguns não conseguem lidar com a fama, mas a mim ela só ajudou.
Laranjas - Mas vocês mosquitos parecem todos iguais. Todos fazem o mesmo barulinho chato e ficam zanzando por aí. Vocês não fazem mais nada da vida?
Mosquito da Dengue - Veja bem, enquanto você está dormindo nós temos que trabalhar. Como você acha que eu e minha linhagem conseguimos em tão pouco tempo elevar a Dengue a este nível que está hoje. É muito trabalho duro, muita ralação.
Laranjas –Todo verão o senhor resolve voltar para aterrorizar nossa população. Alguns dizem que você tem inveja de doenças como a gripe que infectam a população durante todo o ano. Qual seu parecer sobre isto?
Mosquito da dengue – Veja bem meu caro editor. Na realidade a dengue também está aí o ano todo , principalmente no centro-oeste e no norte do país. Mas atingir um estado como o Rio de Janeiro chama mais a atenção da mídia. A gripe é muito anos "30" sabe, muito fora de moda. As pessoas têm vergonha de dizer que estão gripadas. O negócio agora é pegar dengue.
Laranjas – E o terror que o senhor está causando na população, você ignora este fato?
Mosquito da Dengue – Não considero que eu esteja causando terror na população. Acho que estou apenas conscientizando o povo que seus governantes realmente não dão a mínima para saúde pública brasileira.
Laranjas – Mas e quanto a todo esforço do governo para combater a sua existência?
Mosquito da dengue – Que esforço?
Laranjas – Campanhas na televisão, anúncios em revistas e rádio.
Mosquito da dengue – Sobre Petrobrás e Banco de Brasil?
Laranjas – É, acho que o senhor tem razão. O governo não tem falado muito em combater você.
Mosquito da dengue – Talvez se abrissem uma CPI do mosquito!
Laranjas – Mas qual que seria o sabor da pizza?
Mosquito da dengue – Sei lá, um sabor de Vitória!
Laranjas – Pelo amor de Deus, deixe Vitória em Paz.
Mosquito da dengue – Gostaria de passar por Florianópolis qualquer verão desses. Que locais você me recomenda?
Laranjas – Canasvieiras.
Mosquito da dengue – Porque?
Laranjas – Por nada. Deve ser um bom lugar para picar Argentinos.
Mosquito da dengue – Delícia.
Imagem Emprestada de Yahoo Images!