segunda-feira, 11 de agosto de 2008

LARANJAS nas Olimpíadas: os primeiros dias

O LARANJAS está nas Olimpíadas! Mantivemos o segredo para surpreender nossos 17 leitores, embora, no fundo, vocês evidentemente soubessem que não ficaríamos de fora dessa. Isso explica a absoluta ausência de posts nas últimas semanas. É verdade, não tem nada a ver com preguiça, abstinência alcoólica ou crises psicológicas; era só a preparação para os jogos mesmo. No entanto, nossa cobertura é pirata e, sendo assim, não teremos acesso a nenhum evento ou estrutura para jornalistas. Pelo menos não oficialmente.

O fato é que estou aqui desde quinta-feira, após a abertura do torneio de futebol. O primeiro dia foi dedicado a dar um jeito de entrar na China. Sem visto, sem passagem de volta e sem vergonha, restou-me apelar a um subterfúgio do qual não me orgulho em ser especialista: o suborno sexual. Para minha felicidade, a pessoa responsável por checar meus documentos foi uma adorável chinesinha. Fui paciente, carinhoso e gentil. Devo admitir, porém, que só fui descobrir que se tratava de uma mulher quando ela removeu as calças. Sabe como é esse pessoal oriental... Enfim, tudo em nome do jornalismo.

O LARANJAS, obviamente, não pode ser acessado na China. Nosso posicionamento crítico em relação ao uso ostensivo de arroz na culinária local nos colocou na lista negra do partidão.De qualquer forma, eu não tinha um puto para gastar na lan house estatal de Pequim, chamada Lan Lan. O único dinheiro que levei foram aquelas notinhas do China in Box que a gente usa para trocar por rolinhos primavera. A funcionária da lan house foi simpática e explicou que não poderia aceitar as notinhas, pois aquela promoção terminou em março. O que estava valendo agora, disse ela, eram a promoção das "raspadinhas chinesas". Espirituoso, fiz um comentário sobre a funcionária da imigração, mas a moça não achou graça e pediu que eu me retirasse. No fim das contas, só hoje consegui acesso à internet e ao LARANJAS, mas essa história fica para depois.

Após jantar escorpiões de rua (de rua mesmo, crus, não aquela turistagem bicha de escorpiões fritos), fui descobrir uma forma de participar da cerimônia de abertura. No escritório de recrutamento de voluntários, fui informado que restava apenas uma vaga para a equipe de acendimento da pira olímpica. Um trabalho glamouroso, que envolvia jogar carvão numa fornalha secreta por 18 horas seguidas. Infelizmente, o partidão tinha reservado essa vaga para algum monge tibetano. Provavelmente pela disciplina e calma características do Tibete. Fazer o quê?

(...) continua

2 comentários:

César Soto disse...

caro bruno, se a pessoa responsável por checar seus documentos era oriental e só por isso você só conseguiu constatar seu sexo com as calças abaixadas, nem mesmo assim você deveria conseguir saber, entende?
por isso, sinto muito. na china tem muito mais homem e tu deve ter comido macho.

César Soto disse...

been there, done that, btw.