sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Laranjas reivindica o retorno da Praça Vermelha ao curso de Jornalismo da UFSC

Este é um momento muito sério. Vivemos em uma época cuja convergência de mídias aponta uma revolução tecnológica e profissional, porém, o que parece mais desgastante para quem faz um curso de Jornalismo na UFSC atualmente é que certas tradições ficaram engavetadas, como deveriam ficar as pautas sobre cabras domésticas que são exibidas em telejornais de grande audiência . O passado está sendo renegado.

Para quem não está entendendo o tom melancólico desta mensagem, convido-lhes a viajar no túnel do tempo. Na mesa de discussão sobre os rumos de um foca, ontem, na 10ª Semana de Jornalismo na UFSC, o jornalista Marques Casara relatou sobre o que mais gostava da época em que era estudante da baiúca. Sem titubear, revelou que era o usufruto da “praça vermelha”. Um espaço estudantil e organizado, institucionalmente patrocinado, onde as ideias inovadoras eram discutidas e... na verdade, conclamou, era um local basicamente para a livre iniciativa de sexo, drogas e Rock'n Roll. O Éden na terra, bem mais Paraíso que a estação metroviária de São Paulo.

Mas como o propósito tinha uma função edificante, filosoficamente falando, e contando a quantidade cada vez mais desesperadora de desistências no curso depois do Golpe que fechou o espaço, estamos promovendo um abaixo assinado para o retorno da “praça vermelha”. O centro político e religioso do nosso curso. O Kremlin só de nome, sem russos, comunistas ou desfiles militares. É a materialização dos prazeres da vida pelos estudantes de jornalismo que, precisando encarnar baixos salários e uma rotina massacrante de trabalho, aproveitavam o espaço para dessacralizar as pressões do cotidiano.

O sonho de uma revolução está de volta. Esta mensagem panfletária tem somente um propósito: conclamar as massas a lutarem por uma ideia que ficou renegada às traças vociferantes da censura no passado e que nunca mais reviveu a liberdade surubística estudantil. A briga pelo retorno desta sétima maravilha do mundo é uma reivindicação social, antes de tudo, legítima de respeito aos colegas que vivenciaram esta época de muita festa.

Os próximos dez dias que virão, caso a lista complete um abaixo assinado de dez nomes, podem abalar o mundo (e o curso de jornalismo). Depende somente de você.

Abaixo um vídeo comparando esta época com o que virou atualmente o espaço sepulcral e bacanístico do curso. Para quem não viu, um convite à história:

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