quinta-feira, 1 de novembro de 2007

TIM Festival: o LARANJAS fez que foi, mas não foi e acabou fondo (parte 1)

Conforme anunciado anteriormente, o LARANJAS esteve presente na perna curitibana do TIM Festival, aquela série anual de concertos metida a besta que antes atendia pela alcunha de Free Jazz Festival. O blog assistiu aos shows de Björk, Arctic Monkeys e Killers e perdeu a banda de abertura, Hot Chip, porque ficou bebendo cerveja do lado de fora da Pedreira Paulo Leminski e também porque tinha ouvido o CD da banda e achado uma grande pilha de merda.

O LARANJAS chegou com razoável antecedência e poderia ter pego um lugar logo na primeira fila, mas, temendo que a Björk usasse saias curtas, preferiu entrar mais tarde. A decisão foi acertada, pois a fauna que atendeu ao festival era antropologicamente interessante. Por que, meu deus, os indies (pra não falar dos emos) têm que encarar a estética como parte vital de suas personalidades? Personalidades estas, diga-se, que não existem de forma individual, pois todos parecem se inspirar numa imagem totalmente equivocada do que é ser inglês, mais especificamente londrino, para compor seus looks e, pior, suas atitudes. O irônico é que ficam putos quando são taxados como tribo; ora, se se vestem da mesma forma, agem da mesma forma e têm os mesmos ídolos, como chamar, então? Com raríssimas exceções, os indies se apóiam numa estética vendida pelos jornalistas musicais e de comportamento, do Brasil, do que seria um londrino típico, esquecendo que o mais importante é a música.

"Então fala de música, seu escroto!". Já chegaremos lá, mas antes de falar de música, passemos ao show da Björk. Ao contrário do que seria razoável pressupor, muita gente estava lá exclusivamente para ouví-la cantar. Aparentemente, essas pessoas não ligam para coisas como tom e melodia, ausentes no trabalho da cantora islandesa. Aquilo não é música, é uma maçaroca sonora que provoca sensações que variam de pessoa pra pessoa; em mim, elas iam desde a sonolência até a ânsia de vômito, passando por períodos de profunda perturbação mental, em que cheguei a questionar se eu era um ser humano inferior por não gostar, ou mesmo entender, o que estava se passando no palco. O melhor momento da performance de Björk foi o último acorde, ou o que quer que fosse aquele barulho, a senha para que milhares de adoradores de gnomos se retirassem da Pedreira, liberando espaço para o LARANJAS se aproximar do palco para curtir os Arctic Monkeys e, secundariamente, os Killers.

(continua...)

Um comentário:

Gustavo disse...

Muito boa a primeira parte do comentário sobre o Tim Festival.

E como solidário companheiro do martírio que foi assistir a Björk, posso afirmar que o som dela pode ser comparado a uma mistura de: baleias tendo relações sexuais, com rádios fora de sintonia e garfos sendo esfregados em vidros. Claro que com a presença de ninfas e sintetizadores eletrônicos!!

Era muito emo pra uma pedreira só! Mas pelo menos a noite foi encerrada com maestria!!