sábado, 17 de novembro de 2007

Jorginho e uma noite macabra

Chovia muito aquela noite. Não tanto quanto a noite passada. Talvez igual a retrasada. Não sei. Sei que ficar ali parado e olhando pela janela não era uma decisão sábia naquele momento. Peguei meu Pula-pula do Gugu e sai dali de imediato. Resolvi parar no portal da cozinha. Esbaforido e exausto tirei meu cereal de maçã com aveia e devorei rápido. De repente, a campanhia tocou. Larguei meu Pula-pula e fui em direção à porta (o que qualquer idiota faria se a campanhia tocasse). Quando abri não havia ninguém (me senti um idiota).

Algo não cheirava bem. Nada estava em ordem. Cinco dias se passaram sem sinal dela. Como ela poderia me largar assim nesta sujeira. Teria que trocar de diarista urgentemente. Fiquei imaginando-a. Se chamaria Maria, Claudésia ou Dubaína? Aiai! Pensar nisso me deu fome. Corri até a geladeira. Foi quando o telefone tocou. Levei um susto. Quem poderia ser a esta hora? Seria Tereza pendindo pra voltar? Me preparei para isto. Limpei a garganta na pia da cozinha mesmo, empostei a voz e mandei aquele clichê: "Alô!" A resposta foi só "TumTumTum"(me senti um idiota, novamente).

Ao abrir a geladeira me deparei com Sofia em cima da última torta deixada por Tereza. Minha galinha de borracha estava dura, enfim. Fiquei feliz por ela. Sempre molenga e largada pelos cantos estava rígida como suas cópias vivas, porém desconfigurada. Tadinha! Nunca seria uma galinha de verdade.

O clima era de mistério. Após arrotar, respirei fundo e subi para os meus aposentos, todos eles. A escada rangia a cada passo dado. O candelabro de velas israelitas estavam pela metade, numa aparência macabra que me deu medo. O vento batia nas janelas produzindo um barulho grotesco. Tranquei a porta do quarto e me senti seguro, enfim. Liguei meu Super Nitendo e fui escovar os dentes. Quando voltei, Super Mario World não havia começado. O que estava acontecendo? Assoprei e bati na fita e de repente..."plim" a palavra "Nitendo" apareceu na tela me deixando aliviado. Mas, foi apenas por instantes, pois era estranho aparecer aquilo na TV sendo que a fita ainda estava em minhas mãos. Mario Kart era o jogo. Caí na real.

Era hora de dormir. Ainda chovia lá fora. Me ajoelhei ao pé da cama e pedi ao Papai do céu para que não ficasse mais sozinho naquela mansão assombrada. Que me trouxesse amiguinhos reais e não imaginários como o Carolitos e a Sininho. Pedi também que a nova diarista fosse ótima como a Tereza (Ai! A Tereza). Por fim, implorei de olhos fechados que nunca deixasse as velas se apagarem, pois não viveria no escuro jamais. Desliguei as luzes e dormi após contar 18 carneirinhos. Um Recorde!

Um comentário:

Anônimo disse...

bao demais.. poe na seçao histórias