sexta-feira, 2 de novembro de 2007

TIM Festival: o LARANJAS fez que foi, mas não foi e acabou fondo (parte 3)

(...continuando)

O LARANJAS tem que confessar: não esperava muita coisa do show dos Killers. O primeiro disco dos caras é realmente sensacional, inclusive orgulho-me de ter descoberto a banda vários meses antes das pessoas comuns se maravilharem com a radiofônica 'Somebody Told Me'. Coisa de music snob. O segundo disco, porém, foi meio decepcionante; grandioso, épico, pretensioso, enfim, enfie aqui o clichê que você quiser, nessa linha, que provavelmente ele é aplicável. O sentimento que ficou foi que eles tentaram virar o U2 cedo demais.

Porém, relativamente frustrado com as falhas do show dos Arctic Monkeys, o blog resolveu avançar ainda mais para frente do palco. Umas vinte mil pessoas tiveram a mesma idéia, mas o LARANJAS, mostrando o oportunismo que lhe é peculiar, teve mais uma vez ótima visão de palco, a uns três ou quatro metros. Depois de 50 minutos de intervalo, os Killers entraram no palco esbanjando energia e teatralidade, já mostrando quem era a atração principal da noite ao abrirem com as primeiras faixas do segundo disco, incluindo o sonzasso 'When You Were Young'. Espero, sinceramente, que os Monkeys tenham assistido e entendido como se deve abrir um show. O jogo já estava ganho, mas os matadores avacalharam de vez emendando 'Somebody Told Me'. Aí fodeu.

Com suas aspirações a ser o novo Fred Mercury, o vocalista Brandon Flowers assume a postura de frontman e comanda a horda que, em grande parte, estava lá exclusivamente para vê-los. Em seguida, 'Bones', 'Jenny Was a Friend of Mine', 'Smile Like You Mean It' e o hino romântico-indie (ou dor-de-cotovelo-emo), 'Mr. Brightside'. Há que se abrir um parênteses aqui: ela conta a história de um sujeito que fica obcecado por uma menina após um simples beijo, sendo forte concorrente a 'Every Breath You Take' dos anos 2000. 'Mr. Brightside' é uma puta música, com instrumental sufocante e vocal desesperado, pop-rock perfeito; agora pense nas dores de amor adolescentes, que geralmente envolvem justamente alguém ficando obcecado(a) por uma(um) menina(o) após um simples beijo. Some esses fatores e multiplique por 15 ou 20 mil. Deu pra ter uma idéia do que foi a reação da platéia na execução da música? Fontes do LARANJAS em Curitiba confirmaram que até agora, dois dias depois do show, há alguns emos chorando pelos cantos da Pedreira Paulo Leminski. Os Killers ainda voltaram para um bis, quando executaram uma canção nova (viram, Arctic Monkeys, no bis, porra!) e fecharam de forma climática com outra preferida do primeiro disco 'All These Things I've Done'.

As duas grandes atrações do festival demonstraram estilos completamente opostos de performance, embora sejam colocadas no balaião indie da geração de bandas pós-Strokes. Os Killers com um palco decorado, temático, planejado para valorizar a performance teatral de Brandon Flowers. Os Arctic Monkeys apenas com um jogo de luzes e fedelhos tocando seus instrumentos. Seria cretinice demais apontar um estilo ideal, pois, no fim das contas, o que importa é a música e, nisso, as duas bandas são muito boas.

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