Srta. Rosa movia-se lentamente pelo hall. Já era manhã e ela revirava a bolsa em busca da chave. Com dificuldade, abriu a porta, deu um passo, depois mais seis, mais três e assim foi até a cozinha. Para sua surpresa, os outros cinco moradores estavam lá, de pijamas, olhando para uma folha de papel sobre a mesa.
- Ah não! De novo? - alterou-se.
- Pois é... - respondeu um agitado Prof. Black - O oficial de justiça acabou de sair.
- Assassinato. De novo. - completou o Cel. Mostarda, que preparava um bule de chá.
Não acontecia mais com tanta freqüência, mas, no fundo, estavam acostumados. De vez em quando recebiam intimações para depor a respeito de crimes que haviam acontecido em sua mansão. Pior, era sempre com uma arma excêntrica. Pior ainda, a vítima nunca era identificada.
- Dona Branca, a senhora viu alguma coisa ao limpar a casa? - o coronel ensaiava um interregotário.
- Meu filho, eu não limpo essa casa há tempos! Estou de saco cheio dessa merda! Não tem mordomo nessa porra dessa casa e acaba sempre sobrando pra empregada! Fodam-se, seus burgueses! - disse a simpática governanta. Depois correu o máximo que podia, de seis em seis passos, e enfurnou-se na sala de jogos.
- Será que ela vai tentar se matar engolindo uma bola de bilhar mais uma vez? - suspirou o Sr. Marinho - Se ao menos ela usasse a corda...
- Ou o cano! - manifestou-se a septuagenária Dona Violeta, que estava quieta até aquele momento, provocando risos gerais.
Todos riram, mas de forma nervosa. Uma intimação nunca era algo agradável, embora nenhum deles nunca tenha sido incriminado. Eles sabiam, porém, que um dia alguém acusará "foi fulano, com tal arma, em determinado aposento!" e isso será verdade.
(CONTINUA...)
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Novelaranja: "Detetive" (capítulo 1)
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Um comentário:
Tá, e o segundo capítulo, quando sai?
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