Felipão é o novo corregedor da Câmara

Um dia após ser demitido do Chelsea, o técnico Luiz Felipe Scolari foi contratado para ser o novo corregedor da Câmara dos Deputados. A casa enfrentava uma crise após a eleição de Edmar Moreira (DEM-MG), senhor feudal da região de São João Nepumeceno (MG). Moreira tinha sido eleito pelo seus pares, mas foi obrigado a renunciar ao cargo após denúncia de que possui um castelo não declarado à justiça. Felipão assume amanhã e já programou um treino para o período da tarde, apesar dos protestos dos deputados.

"O parlamento está precisando de alguém como o Felipe para recuperar a moral", diz Michel Temer (PMDB-SP), novo presidente da casa. A expectativa é de que o estilo de comandar do treinador gaúcho coloque os deputados na linha, pondo um fim às incontáveis denúncias de corrupção que assolam historicamente o Congresso Nacional. "Vou botar ordem na casa, tchê. Vamos criar uma família Scolari no Câmara, bagual!", diz o novo corregedor entre um chimarrão e outro.

A polêmica é a assumida admiração de Luiz Felipe Scolari pelo ex-ditador chileno Augusto Pinochet, que fechou o congresso local ao dar um golpe de estado em 1973. "Tenho medo que ele resolva sugerir, sei lá, que o parlamento seja dissolvido e que o Murtosa assuma as funções legislativas", diz José Genoíno, deputado pelo PT paulista e ex-guerrilheiro comunista. Felipão garante que o Murtosa apenas ficará a seu lado nas sessões, sem fazer nada, mas que deve comandar alguns rachões entre os deputados. "Rachões? Oba!", afirmou toda a bancada do PMDB.