Dário Berger não perde um encontro do PMDB |
Cumprimentou a todos como se fosse um colega de partido. No segundo gaudério já ensaiava o toque bagual (pá na mão e pá no braço, seguido de um aperto forte). Não demorou e foi conduzido a uma mesa central, bem perto do palco, onde um aparelho de som tocava uma vaneira antiga. O cheiro de churrasco tomava conta do ambiente fechado do galpão de cinco mil metros quadrados.
— Com certeza é um CTG — brincou com seu assessor, que parecia inquieto olhando em volta.
— Não vi ninguém do partido ainda, senhor.
— É cedo, é cedo. Logo estarão todos aqui. O importante é que chegamos, não é? Olha, temos que continuar com esta estratégia. Qualquer evento do partido a gente tem que estar presente. Vai fazer uma grande diferença nas convenções para 2014. Este congresso do PMDB, por exemplo, foi um bom achado. Está de parabéns.
— Vi o anúncio por acaso. "PMDB se reúne em Chapecó".
— Fez bem, fez bem. Veja, vão começar a discursar.
Um gaúcho barbudo, pilchado da cabeça aos pés, de chapéu e esporas, se posicionou de pernas abertas em frente ao microfone:
— Tauras do PMDB! (uivos de euforia). Não nos apequenemos frente a modernização! Damos de espora no progresso e vamo manter esta xiruzada campeira encilhada em toro passo! (Dário, assustado, olha para assessor, sem piscar). Peões e prendas catarinenses deste movimento (o gaúcho tira sua daga), querem matar a tradição a qualquer custo. Não é a primeira e nem a última batalha desta nossa existência gaudéria (assessor se encolhe na cadeira). Não nos afrouxemo, pois semo vivente! Um viva ao PMDB - Peleia Maragata pela Divisão do Brazil!
Nenhum comentário:
Postar um comentário