sábado, 25 de julho de 2009

O Homem Mais Chato do Mundo em "Orgia na banheira é uma fantasia supervalorizada"

Recentemente, numa noite enfadonha, desci até a padaria vizinha ao meu prédio para comprar alguns croissants e brioches, quem sabe alguns queijos. Queria embebedar-me com um bom vinho até cair no sono, assistindo um DVD da Diana Krall, e precisava de alguns petiscos. Lá chegando a primeira dentre várias decepções daquela noite: nenhum dos queijos da loja combinava com meu Beaujolais. Além disso, os croissants não estavam com aparência convidativa. Chegando no caixa, duas meninas de aparência um tanto quanto vulgar riam muito e tomavam cerveja direto no gargalo. Antarctica, ainda por cima.

Devo ter suspirado um pouco alto, pois ambas se viraram para mim, olhando-me dos pés a cabeça. Fiz o mesmo em relação a elas, apenas para realçar minha impressão de que não possuíam classe: a loira usava um shortinho jeans com a borda desfiada, além de um top demasiadamente revelador; a morena, um tubinho preto que deixava claro que não tinha nenhuma preocupação em usar roupas de baixo. Que vergonha, mal deviam ter completado os 18 anos.

Como ficaram muito tempo me olhando, perguntei se podia passar à frente. "Não, mas pode ficar no meio", disse a loira. Ensaiei um protesto devido a deselegância da resposta, mas logo me puxaram e me vi preso entre seus corpos. O caixa assistia tudo rindo, algo que certamente levarei ao gerente da padaria a posteriori. Em seguida, as amigas começaram uma dança que apenas elas devem considerar sensual, uma roçação grosseira contra meu corpo. E sem música! Embora aquilo não me excitasse mentalmente, a fricção cobrou seu preço e me vi com uma constragedora ereção. Mais um problema para a lista desse meu maldito pênis de 27 centímetros.

As garotas, surpreendentemente, viram meu membro intumescido como um bom sinal. Boquiabertas, perguntaram onde eu morava. "Sério, nesse mega condomínio aqui do lado? Tuuudooooo!" Interesseiras. Gosto de mulheres que me valorizam pela personalidade, não pelo que tenho. Porém, quando dei por conta, elas reforçaram suas cestas com uma caixa de cervejas e comunicaram-me que iriam para minha casa. A educação mandou um abraço. E sim, eram mais Antarcticas.

A falta de decoro continuava. Subindo para o apê, perguntaram se eu já tinha feito sexo no elevador. Minha cara de nojo deve ter sido uma boa resposta. Embora de extremo mau-humor, fiz a gentileza de colocar cervejas no freezer, já que as toupeiras as compraram quentes. E sabe como elas me agradeceram? Colocando um CD de funk pra tocar no meu DVD player. Um disco pirata, que obviamente ia danificar o leitor óptico! No meio da sala, as duas repetiam a roçação da padaria, só que dessa vez sem eu no meio. O que prontamente tentaram corrigir dizendo "vem tesudinho!", em uníssono, de forma exageradamente erótica. Ignorei-as e sentei no sofá com uma taça do meu Beaujolais, deixando claro que elas não eram bem-vindas e não tomariam nenhum gole daquela preciosidade.

Luiza, a loira, e Júlia, a morena, pareceram não se importar, como não tinham se importado em dizer seus nomes até aquele momento. Logo começaram a imitar o pior tipo de devassa, aquelas de filme policial vagabundo, num revezamento de lapdances grotesco. Tentei focar meu pensamento a todo custo em lembrar os anos das melhores safras de Bordeaux, mas logo a química corporal fez o inevitável. Sério, não me invejem pelos 27 centímetros. Júlia ficou mais uma vez boquiaberta e esbarrou na taça de vinho, virando-a sobre meu sofá branco. Luiza viu minha cara de raiva e, pela primeira vez, mostrou alguma educação: tirou o top e usou-o para tentar secar a mancha.

Minha simpatia pela loira logo arrefeceu, pois reparei no exagerado silicone de seus seios. Perfeitos, durinhos ao olhar e macios ao toque. Quem precisa de tanta artificialidade? Júlia, por outro lado, continuava boquiaberta. E assim prosseguiu por mais alguns minutos, realizando uma performance oral que classificarei condescendentemente como medíocre: engasgou demais e me constrangeu num momento em que quase feriu o olho esquerdo. Eu teria feito algo se Luiza não estivesse esfregando seus balões de borracha no meu rosto, impedindo-me de ver qualquer coisa. Aliás, foi assim que descobri que eram macios, afinal eu não tocaria naquelas coisas não-naturais. Além disso, estava muito preocupado com a mancha do sofá. Momentos depois, para piorar tudo, acabei manchando-o também.

Bastante contrariado, fui tomar um banho, ordenando que as meninas ficassem na sala e não mexessem em nada. Foi a senha para que me seguissem ao banheiro, onde entraram em êxtase ao verem a banheira de hidromassagem. "Não!", eu disse. Não adiantou. Ligaram o jato d'água no máximo e usaram um shampoo caríssimo que uso somente em ocasiões especiais para fazer espuma. Revoltado, gritei que estavam passando dos limites, enquanto tiravam a roupa e mergulhavam nos jatos de água quente. De propósito, certamente apenas para me irritar, Luiza e Júlia começaram a se beijar e a se tocar de forma ostensiva, ignorando o meu sermão. Quem também ignorou meu sermão foi meu pênis, que aparentemente não tem auto-controle e se excita com coisas grosseiras como o homossexualismo feminino.

Se elas queriam briga, teriam briga. Também apenas para perturbá-las, mergulhei na banheira, para diminuir o espaço e obrigá-las a se sentirem apertadas. O tiro saiu pela culatra. As garotaas me incluíram na devassidão, revezando-se em performances sub-aquáticas. Boquete de novo? Ô falta de criatividade... Verbalizei meu descontentamento e Júlia, com toda classe que lhe é peculiar, disse "então chupa você" e mandou minha cabeça lá pra baixo. Contrariado, dei mordidinhas em seu clitóris como protesto, mas aparentemente ela gostou, quase afogando-me ao me impedir de subir à superfície. Devo admitir que ela também estava ocupada com Luiza, então deixei passar.

Eu só queria acabar logo com aquilo. Insisti para que partíssimos logo para a penetração, algo com o qual as garotas alegremente concordaram. Logo veio o clássico problema, que sempre me acomete quando faço sexo na água: a lubrificação. O shampoo também não ajudava, embora meus pelos pubianos tenham ficados com ótima aparência. As meninas não os possuíam, algo que não tinha reparado até aquele momento e que não acho de bom valor estético. Enfim, enquanto introduzia meu membro de 32 cm (ao contrário dos outros homens, ele aumenta de tamanho na água, aumentando também meu embaraço) de forma burocrática em Júlia e Luiza, 1 minuto de cada vez contado no relógio em cada uma, notei que elas não se importavam com a situação e gemiam loucamente. Tive a impressão de orgasmos múltiplos. Ou seja, não sabiam o que era um bom sexo.

Perdi a paciência de vez quando sugeriram sexo anal. Aí já era demais. "Chega! Se tá sem graça agora na xaninha, imagina quando eu enfiar no fiofó!", gritei, tentando adequar-me ao vocabulário juvenil daquelas infelizes. Elas ficaram tristes, então deixei que resolvessem a questão da minha ereção massiva, pois tinham ficado boquiabertas ao perceberem o aumento de volume. Sim, sexo oral de novo. Tédio. Pelo menos dessa vez as duas o fizeram ao mesmo tempo, embora tenham se dedicado também ao escroto. Não gosto e não entendo como tem gente que gosta.

Terminada aquela esbórnia, pedi que fossem embora. Elas queriam deixar o telefone, e-mail, MSN, endereço, mas refutei. Estou em busca de um relacionamento sério, que me complete espiritualmente. Não posso perder tempo com amigas bissexuais com pouco ou nenhum valor moral, que não têm pudores em relação ao sexo e que atingem o clímax com frustrante facilidade. Não é o tipo de mulher que me interessa. Sentei no sofá desviando das manchas e finalmente botei o DVD da Diana Krall. Isso é que é mulher. Quando tinha acabado de me servir uma taça do Beaujolais, escuto um estrondo na cozinha. A caixa de Antarcticas tinha estourado no freezer. Que noite de merda.

12 comentários:

César Soto disse...

já falei pra bruno volpato não sair por aí contando a minha vida. grandessíssimo exemplar da prole de uma mulher da vida.

Tomás disse...

Volpato pornógrafo e imoral.

César Soto disse...

acabei de perceber que nós mesmos somos a única audiência desse blog decadente.

Marcone Tavella disse...

só pra comprovar deixarei minha espremida

Luisa Nucada disse...

Não gostei do nome da loira. Nada a ver.

Rafael Hertel disse...

eu tbm ja linha lido mas nao tinha comentado

RAfa

Cacau disse...

Essas Luisas, sempre safadas, vou te contar...

Tomás Petersen disse...

Definitivamente sexo é o assunto que mais repercute no mundo.

Fábio Sousa Queiroz disse...

nao li mas...
fala que é nóix.

crica disse...

Divertido.

Cecília Tavares disse...

Eu li, Volpato e ri também!
Muito boa!

Ceci.

Felipe Costa disse...

bom pra caralho... e que caralho.